Novas variedades de plantas no CE serão produzidas

DO TIPO ORNAMENTAL: 

Floresce e Agropolos estão organizando um "pool" para importar os novos cultivares, que serão desenvolvidos nas quatro áreas produtoras - Serra da Ibiapaba, Maciço de Baturité, Cariri e a Região Metropolitana de Fortaleza

Entre as novidades que os produtores cearenses vão cultivar estão as chamadas “suculentas”, os cactos sem espinhos

Berlim (Alemanha). Liderada pelo presidente da Associação dos Produtores de Plantas Ornamentais do Ceará (Floresce), Gilson Gondim, retorna hoje a Fortaleza a delegação cearense que participou da International Plant Market (IPM), maior feira mundial do setor, realizada em Essen, na Alemanha, e da Fruit Logistica, em Berlim. Ele leva na sua bagagem a certeza de que o Ceará voltará, dentro de dois anos, à posição de vice-liderança brasileira da exportação de plantas ornamentais.

"Perdemos posição para Minas Gerais e para o Rio Grande do Sul, mas vamos crescer com a introdução de novas variedades que adquirimos na IPM deste ano", anunciou Gondim. São Paulo continua sendo o estado líder dessas exportações.

Redução nas exportações

Há três anos, o Ceará chegou a exportar, em plantas ornamentais, o equivalente a US$ 5 milhões. De lá para cá, as vendas para o mercado externo foram sendo reduzidas até chegar, no ano passado, ao mínimo de US$ 3,5 milhões. Por que? Gilson Gondim explica tal redução: "Deixamos de investir em tecnologia, mantivemos a produção com as mesmas variedades, esquecendo que tudo evolui, inclusive a cultura das plantas ornamentais. Agora, estamos retomando o caminho anterior e nossa presença na IPM pode ser entendida como o primeiro passo na direção certa", justificou Gilson Gondim.

Novidades no cultivo

Entre as novas variedades que os produtores cearenses vão cultivar a partir deste ano estão as chamadas "suculentas" - os cactos sem espinhos. "São os \'easy care\' (fácil de cuidar), que caíram nas graças do consumidor europeu, norte-americano e asiático, atualmente os principais mercados consumidores de plantas ornamentais", afirma Gondim. "O Ceará tem solo e clima adequados ao cultivo das variedades suculentes", assegura o presidente da Floresce.

Ainda de acordo com as expectativas de Gilson Gondim, até o fim de 2016 o Ceará estará de novo operando como um "player" importante do Brasil na área da exportação de flores e plantas ornamentais.

Parceria para crescer

Para isso, a Floresce celebrou uma parceria com o Instituto Agropolos, cujo presidente, Leonildo Peixoto, integrou a comitiva cearense que esteve em Essen. Para alcançar o objetivo de ser novamente o vice-líder nacional, Gilson Gondim afirma inclusive que a Floresce e o Agropolos investirão fortemente em um programa ousado, que, "para começo de conversa, descartará a produção da mesmice, que já deu o que tinha de dar".

Os dois parceiros estão organizando um "pool" para importar os novos cultivares, que serão desenvolvidos nas quatro áreas produtoras - a Serra da Ibiapaba, o Maaciço de Baturité, o Cariri e a Região Metropolitana de Fortaleza. "As novas plantas custarão mais caro, porém o mercado nacional e internacional está aberto para elas", lembra o presidente da Floresce.

Há um detalhe importante que torna viável o plano da Floresce e do Instituto Agropolos: são todos pequenos produtores os que se dedicam, atualmente, no Ceará, ao negócio de flores e plantas ornamentais.

"Isso ajuda, pois nos torna todos iguais", opina Gilson Gondim. O setor, do ponto de vista social, começa a ficar importante, pois já emprega cerca de 10 mil pessoas.

EGÍDIO SERPA*
Colunista
*O jornalista viajou a convite do Sebrae-CE