CE volta à vanguarda da energia renovável com mini e microgeração

Energia renovável no Ceará tem ancorado um novo mercado para o Brasil

Conhecimento já aplicado em grandes parques eólicos, agora, é usado em projetos de geração distribuída no Estado por Bruno Cabral - Repórter [caption id="attachment_137378" align="alignleft" width="300"]-02 CE volta à vanguarda da energia renovável com mini e microgeração Imagem diariodonordeste[/caption] Toda expertise adquirida desde o início da implantação dos primeiros projetos de energia renovável no Ceará tem ancorado e estimulado o desenvolvimento de um novo mercado para o Brasil: o da mini e microgeração distribuída no Estado. Atualmente, o território cearense conta com 472 unidades produtoras em operação, o que dota o Estado de uma potência instalada de geração de 20 megawatts (MW) e o torna novamente um pioneiro do setor. Destas unidades, 94% são centrais geradora solar fotovoltaica, segmento que, nos últimos anos, vem se expandindo exponencialmente no País e no Estado, acompanhando o movimento já consolidado na Europa. "Essa é a forma de distribuição de energia que está alterando o sistema de distribuição elétrica no mundo. Em países como Alemanha e Itália, por exemplo, houve um grande esforço para estimular esse tipo de geração", diz Jurandir Picanço, consultor de Energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e presidente da Câmara Setorial de Energias Renováveis do Ceará (CSRenováveis-CE). "No Brasil, isso ainda está muito no início, e o Ceará saiu na frente, com o setor muito organizado. Então, é provável que com o tempo o Ceará perca essa segunda posição". No País, hoje, são 12.331 mil pequenos produtores conectados à rede de distribuição elétrica, com uma potência total de 139 MW, sendo Minas Gerais o estado com o maior número de unidades (2.653) e com a maior potência instalada (29 MW). As unidades fotovoltaicas correspondem a 69% do total no País. "Essa é a tendência, com cada unidade consumidora produzindo energia, seja uma parte do que consome ou até mais do que o próprio consumo, retornando o excedente à rede. Além disso, há a possibilidade de geração remota, no modelo de condomínio ou consórcio", diz Picanço. Considerando os grandes empreendimentos, o Brasil tem hoje 50 usinas fotovoltaicas, com potência instalada total de 148,2 MW, o que corresponde a apenas 0,09% da capacidade de geração do País. No entanto, nos próximos anos, o potencial solar será multiplicado por 20, passando para 3,0 gigawatts (GW). Atualmente, são 37 usinas em construção no País, com 1,06 GW, e 70 empreendimentos fotovoltaicos contratados com construção não iniciada, com potência total de 1,79 GW. Geração no Estado No Ceará, entre os micro e minigeradores, Fortaleza conta com o maior número de unidades geradoras, 213 (2,3 MW), mas o maior potencial instalado está em Aquiraz, cujas 24 unidades têm uma potência total de 13,0 MW. Em outubro do ano passado, o Grupo Telles inaugurou em Pindoretama, na região Metropolitana de Fortaleza (RMF), a maior usina comercial de energia solar do País, com potência instalada de 3 MW, suficiente para garantir o abastecimento da fábrica de embalagens de papelão Santa Elisa, pertencente ao grupo. Com mais de 9 mil painéis fotovoltaicos, o investimento de cerca de R$ 30 milhões prevê o aumento da capacidade para 5 MW. Gargalos Com relação aos grandes empreendimentos, o Estado, que conta hoje com somente um empreendimento em operação, em Tauá, com 1,0 MW de potência, terá nos próximos anos, seis usinas, com potência instalada de 180 MW. Destas, quatro serão instaladas em Quixeré, uma em Banabuiú e uma em Massapê. Cada uma delas terá 30 MW de potência instalada. O crescimento, no entanto, poderia ser percebido já no próximo ano caso os vencedores dos leilões realizados em 2015 estivessem concluindo seus empreendimentos. No entanto, a conjuntura econômica acabou adiando os planos. "Alguns projetos desistiram de implantar por causa da grande desvalorização do real. Eram projetos para serem entregues agora", diz João Mamede Filho, consultor em energia. "O governo sinalizou o leilão para abril deste ano, depois passou para agosto, e já adiou para setembro ou outubro. O investidor precisa de segurança", diz. fonte diariodonordeste

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