Inadimplência do consumidor de Fortaleza atinge menor índice do ano
Consumidor de Fortaleza diz que faz planejamento
[caption id="attachment_132764" align="alignleft" width="300"] Instrumentos de crédito mais utilizados são os cartões de crédito. (Foto: AFP)[/caption] Em dezembro, 70,1% dos consumidores possuem algum tipo de dívida. Índice é maior que novembro, porém atingiu melhor resultado do ano. Do G1 CE O índice de Endividamento do Consumidor de Fortaleza no mês de dezembro atingiu o melhor resultado do ano, segundo pesquisa realizada pela Federação do Comércio do Estado do Ceará (Fecomércio-CE). Neste mês de dezembro, segundo a pesquisa, 70,1% dos consumidores da capital cearense possuem algum tipo de dívida. O índice está 6,3 pontos percentuais acima do indicador do último mês de novembro (63,8%), mas, apesar desse aumento, a inadimplência caiu dois pontos percentuais e atingiu o melhor resultado do ano (7,2%). Ainda de acordo com a Fecomércio, o consumidor mostrou dificuldades para o gerenciamento das dívidas ao longo do ano, pressionado pela crise econômica e pela inflação que corroeu parte do poder de compra de sua renda. Assim, o percentual da renda comprometido com o pagamento de dívidas avançou 0,4 pontos percentuais no mês, fechando o ano com 37,2% da renda familiar dedicada ao pagamento de dívidas – resultado superior à média anual do indicador, de 36,2%. A proporção dos consumidores com contas ou dívidas em atraso teve crescimento de 1,7 ponto percentual, passando de 21,0%, em novembro, para 22,7% neste mês. Os problemas financeiros afetam mais as mulheres (23,5% dos entrevistados desse grupo afirmaram possuir contas em atraso), os consumidores do grupo com idade entre 25 e 34 anos (29,4%) e do estrato com renda familiar abaixo de cinco salários mínimos (24,5%). O tempo médio de atraso é de 65 dias e a principal justificativa para o não pagamento das dívidas é o desequilíbrio financeiro - a diferença entre a renda e os gastos correntes – citado por 63,7% dos consumidores. O segundo motivo mais citado é o adiamento por conta do uso dos recursos em outras finalidades, com 28,3%, seguido da contestação da dívida (8,2%). Comprometimento de renda Em Fortaleza 70,1% dos consumidores possuem algum tipo de dívida. Os instrumentos de crédito mais utilizados pelos consumidores são: cartões de crédito, citados por 76,1% dos entrevistados; financiamento bancário (veículos, imóveis etc.), com 15,3%; carnês e crediário, com 10,8%; e empréstimos pessoais, com 8,0%. O consumidor utilizou o crédito para a compra de: Itens de alimentação (53,1% das respostas); artigos de vestuário (39,8%); eletroeletrônicos (33,6%); e realização de despesas de educação e saúde (25,6%). O valor médio das dívidas é estimado em R$ 1.349, com prazo médio de sete meses, comprometendo 37,2% da renda familiar dos consumidores com o seu pagamento – nível considerado excessivamente elevado. Inadimplência potencial A taxa de inadimplência potencial, ou seja, a proporção de consumidores que não terão condições financeiras para honrar seus compromissos, teve redução de 2,0 pontos percentuais, passando de 9,2%, em novembro, para 7,2%, neste mês – o melhor resultado deste ano.A taxa está se ajustando após atingir, em novembro, o patamar mais elevado da série histórica iniciada em 2010, quando a atual metodologia passou a ser adotada pelo IPDC. O perfil do consumidor inadimplente mostra preponderância do grupo de consumidores do sexo masculino (inadimplência potencial de 7,8%), com idade acima de 35 anos (8,0%) e renda familiar inferior a cinco salários mínimos (7,5%). A Pesquisa de Endividamento também revela que 78,9% dos consumidores de Fortaleza afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos seus gastos e rendimentos, o que contribui para um melhor controle dos níveis de endividamento. Dos entrevistados, 8,8% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos e 12,3% informaram não possuir orçamento e tampouco controle dos gastos. A falta de planejamento orçamentário é um problema crítico para o controle do endividamento, estando sempre entre um dos principais motivos para o atraso ou inadimplência. Dos fatores que os consumidores consideram que mais contribuem para esse problema, listam-se: A falta de orçamento e controle dos gastos, com 33,3%; as compras por impulso, sem necessidade ou além do necessário, com 28,8%; gastos imprevistos, com 18,4%; o aumento dos gastos considerados essenciais, com 16,3%; compras antecipadas, com 15,8%; facilidade e oferta de crédito, com 9,2%; e desemprego, com 9,1%.
Comentários