PLUVIOMETRIA: Cidades têm redução na intensidade de chuvas

Russas. A quadra chuvosa registrou uma queda na intensidade das precipitações, como a meteorologia havia previsto para os últimos dias. Choveu em 63 municípios cearenses nas últimas 24 horas, sendo que em algumas cidades a pluviometria ficou abaixo dos 10mm.

Segundo o boletim de chuvas diárias da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) a maioria das cidades verificaram precipitações que não chegaram a 5mm, confirmando as previsões de pouca chuva durante o fim de semana.

A maior chuva registrada foi no município de Pacoti, na região de Baturité. Lá, a precipitações a 34.6 mm. As chuvas foram isoladas em todas as regiões. Na Meruoca choveu 34 mm, enquanto em Arneiroz a chuva registrada foi de 30.2 mm. Nas demais cidades, choveu entre 1 mm e 25 mm.

Diminuição

De acordo com a meteorologista Claudia Rickes, em termos de previsão do tempo a tendência é que essas chuvas diminuam no fim de semana, isso em virtude da atuação de um Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN) e da proximidade de um ramo da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT).

A tendência para os próximos três dias é que o Estado venha a ficar com nebulosidade variável e a possibilidade de chuvas isoladas no centro-norte, principalmente entre a tarde e a noite.

"A região foi muito beneficiada com as precipitações de fevereiro e março, onde foram registradas as maiores chuvas, mas a tendência é de diminuir. As regiões que possam chover são no centro e norte do estado, no Cariri esta menos favorável", explica a meteorologista.

Sobre o prognóstico, ela ainda informou que até o momento segue com o que foi divulgado para março, abril e maio, com maior tendência de chuvas abaixo da média.

Hoje o céu pode variar entre parcialmente nublado e claro, com possibilidade de chuvas isoladas em todas as regiões cearenses. Já amanhã a nebulosidade variável pode possibilitar chuvas isoladas no centro-norte do Ceará, principalmente entre a tarde e a noite. No Sertão Central e Inhamuns a chuva foi escassa, nos principais municípios da região, Tauá e Crateús, não foram registradas chuvas pelos postos de monitoramento da Funceme.

Na região Jaguaribana também choveu em poucas cidades, sendo as maiores em Pereiro (8 mm) e em Russas (5.2 mm). Neste último, depois de uma manhã ensolarada e o tempo abafado durante a tarde, a chuva foi passageira no final da tarde e início da noite. As chuvas registradas no dia de são José, no último dia 19, trouxe esperança para os agricultores, já que pela crença popular a chuva no dia do padroeiro do Ceará é sinal de boa chuva, mas as previsões e o tempo, dão indícios de que não vá ter bom inverno este ano.

Para o agricultor Raimundo Nonato de Oliveira, morador da zona rural de Russas, até agora o pouco que choveu deu para plantar um pouco de feijão, mas isso graças as vazantes dos rios. "O rio esta baixo, ia começou a chover e aumentou um pouco o rio. Essa pouca água ajuda, pra quem planta de vazante fica quase a certeza de colher o que plantou", conta.

De acordo com o prognóstico divulgado pela Funceme para a atual quadra chuvosa, a expectativa era de 40% de probabilidade de chuvas em torno da média histórica no Estado, durante os meses de fevereiro, março, abril e maio. Em números, isso significa um quantitativo de precipitação entre 750mm e 800mm. As chances de que chova acima da média são de 35% e a probabilidade de chover abaixo da média é de 25%. De lá para cá, a previsão vem sendo mantida.

As informações foram geradas durante o XIII Workshop Internacional de Avaliação Climática para o Semiárido Nordestino. Estiveram reunidos meteorologistas de institutos climáticos de nove estados do Nordeste, do INPE, INMET, além de órgãos da França e Reino Unido.

Reservas hídricas continuam baixas

Russas. O Açude Tijuquinha, na região de Barutité, é o único açude do Ceará que atingiu sua cota máxima de 100% e esta sangrando. O reservatório, com capacidade para 974 mil m³, precisou apenas da pouca chuva das últimas semanas para começar a liberar água.

A situação é diferente nos demais açudes do Estado, sendo necessárias obras emergenciais para não agravar a crise da água em alguns municípios. A situação mais crítica atinge as bacias dos sertões do Inhamuns e do Valu do Curu, sendo este contando com um importante polo de agricultura irrigada.

Os açudes do Gavião em Pacatuba e o Curral Velho em Morda Nova são os dois que estão com volume satisfatório, acima de 90%. Isso já vem sendo observado desde o início do ano.

Com o início da quadra chuvosa, muitos receberam recarga, porém considerada insatisfatória pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). A água que abastece a capital cearense é captada no Açude Castanhão, na região Jaguaribana, onde esta com 38.35% de sua capacidade total. O trajeto da água é via Eixão Das Águas.

A bacia do Alto Jaguaribe é que apresenta melhor situação. Com capacidade para 2.823 hm³ de água, os 20 reservatórios juntos apresentam capacidade de 47.7%, seguido pelos açudes da Serra da Ibiapaba (40.6%), Média Jaguaribe (35.5%), Salgado (30.3%), Metropolitana (27%), Coreaú (26.1%), Acaraú (24.1%), Banabuiú (20.3%), Litoral (19%), Baixo Jaguaribe (8.2%), Curu (6.5%) e Sertões de Crateús (3.2%).

Soma

Todos os reservatórios do Ceará somam hoje 30% da capacidade total. Segundo a Cogerh, nos dois últimos casos, Curu e Crateús, estão sendo realizadas obras emergências de transposição de águas para realizar o abastecimentos das cidades. Os níveis críticos dos reservatórios ainda estão mantidos, apesar das chuvas caídas nos primeiros meses da quadra.

As ações emergenciais do governo têm priorizado a instalação de cisternas e a expansão do sistema de adutoras, a fim de atender não apenas as comunidades residentes nas áreas urbanas quanto na zona rural.

Ellen Freitas
Colaboradora