Polícia Civil volta à fábrica da Backer em BH nesta sexta-feira

Mais de 30 casos suspeitos de intoxicação por dietilenoglicol encontrado em cervejas da marca são investigados.

Polícia Civil de Minas Gerais faz nova vistoria na fábrica da Backer (g1.globo)

Por G1 Minas — Belo Horizonte

Equipes da Polícia Civil voltaram à fábrica da Backer, no bairro Olhos D'Água, na Região Oeste de Belo Horizonte, na manhã desta sexta-feira (28). Funcionários do Ministério Público (MP) e do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) também estiveram no local.

De acordo com o delegado Flávio Grossi, os trabalhos desta sexta foram de finalização da limpeza e retirada de material para testes. O próximo passo será a movimentação do líquido congelante, em um teste de produção, para ver se há vazamento.

Nesta quinta-feira (27), uma nova perícia foi iniciada na fábrica, tendo como alvos da inspeção os tanques 10 e 17, onde foram detectados vestígios de dietilenoglicol. Segundo a polícia "os peritos devem colocar as máquinas para funcionar a fim de detectar a possível causa de contaminação das cervejas". A ação deve seguir até sábado (29).

A Polícia Civil investiga 34 casos que podem estar ligados ao consumo de cervejas da Backer contaminadas com dietilenoglicol, seis pessoas morreram. A fábrica em Belo Horizonte foi interditada pelo Mapa, que também determinou recall de cervejas.

A Backer disse em nota que a Polícia Civil coletou duas amostras das substâncias utilizadas na higienização, para prova e contraprova. "O material será encaminhado a um laboratório para testes. Caso o resultado seja negativo para os líquidos intoxicantes (monoetilenoglicol e dietilenoglicol), o tanque será liberado para a realização do teste de estanqueidade. Caso o resultado seja positivo, o processo de higienização será refeito".

A cervejaria disse ainda que está "colaborando com as autoridades desde o início das investigações e manterá a sociedade informada sobre o andamento dos processos".

Lotes

De acordo com o Mapa, 53 lotes estão contaminados, segundo análises feitas pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA/MG), vinculado ao ministério.

Os 12 rótulos são:

Belorizontina

Backer Pilsen

Backer Trigo

Brown

Backer D2

Capixaba

Capitão Senra

Corleone

Fargo 46

Layback D2

Pele Vermelha

Três Lobos Pilsen

Bloqueio judicial

No dia 19 de fevereiro, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) determinou que a empresa Três Lobos custeasse os tratamentos de saúde de vítimas.

No dia 12 de fevereiro, a Justiça havia determinado o bloqueio de bens da Backer para reparação de danos aos consumidores atingidos. O valor pode chegar à quantia máxima de R$ 100 milhões de reais, divididos entre valores, veículos e imóveis.

https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2020/02/28/policia-civil-volta-a-fabrica-da-backer-em-bh-nesta-sexta-feira.ghtml