Procissão realizada há 55 anos na capital gaúcha apresentou novidades.

Tradição que se repete há 55 anos em Porto Alegre na Sexta-Feira Santa, a encenação da Via Sacra levou cerca de 10 mil pessoas ao Morro da Cruz, na Zona Leste da capital. A encenação, que lembra os últimos momentos da vida de Jesus Cristo, é considerada um momento de reflexão para os católicos.

A procissão começou por volta das 16h30, na Rua Vidal de Negreiros. De lá, os fiéis seguiram rumo ao topo do morro, onde será encenada a cruxificação e ressurreição de Jesus. Antes, uma missa foi celebrada Paróquia São José do Murialdo, no bairro Partenon.

A dramatização deste ano é inspirada na Campanha da Fraternidade de 2014. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil propõe alerta geral para a mercantilização da vida e seus desdobramentos: tráfico humano, violência e extermínio de crianças e jovens.

Sob a direção geral de Camilo de Lélis, a Via Sacra apresentou algumas novidades, segundo os organizadores. Em uma cena, atores manipularam um boneco gigante representando o tráfico de órgãos vitais e seres humanos. Truques de mágica também foram apresentados por um ator, que interpretava o papel de Satã.

O papel de Jesus Cristo foi interpretado pelo deputado estadual Aldacir Oliboni pela 33º vez. Já o personagem de São Pedro foi representado pela primeira vez por um negro negro, em homenagem aos afrodescendentes na história da Igreja Católica, segundo os organizadores. O papel foi do ator Edu Nascimento, filho músico Giba-Giba, falecido recentemente.

A Via Sacra também foi encenada em outras cidades do estado. Na Região Central, cerca de 100 moradores acompanharam a celebração no distrito de Santo Antão, em Santa Maria. Em Caxias do Sul, na Serra, 20 jovens de diferentes grupos da Igreja Católica representaram a Via Sacra. Ao lado dos atores, centenas de pessoas acompanharam a encenação.