Alunos do DF protestam contra falta de professores de aulas práticas

GDF nega problema e diz que professores estavam na escola pela manhã.

Alunos do Centro de Ensino Médio Setor Oeste, na Asa Sul, em Brasília, protestaram na manhã desta terça-feira (1º) em frente à instituição contra a falta de professores de laboratório para as disciplinas de química, física e biologia.

Segundo os manifestantes, a falta de aulas práticas afeta negativamente o desempenho dos estudantes que fazem o Enem. Os jovens reclamam que a Secretaria de Educação aprovou o plano pedagógico da instituição que contava com aulas de laboratório, mas não disponibilizou nenhum professor.

A Secretaria de Educação afirmou ao G1 que não há carência de professores na escola, que atende 1,3 mil alunos. A pasta afirmou que os docentes de laboratório de física, química e biologia estavam na escola pela manhã.

De acordo com o professor e presidente do conselho escolar, Glauco Silva, o laboratório de física está sem funcionar há 13 anos.

Temos preocupação de ensinar a prática e a teoria. As matérias de exata demandam professores nas suas áreas diversificadas. Não é possível aprender química só com professor de teoria"

Glauco Silva, presidente do Conselho Escolar

"Temos preocupação de ensinar a prática e a teoria. As matérias de exata demandam professores nas suas áreas diversificadas. Não é possível aprender química só com professor de teoria", disse Silva. "Gastamos do próprio bolso para montar os laboratórios com a promessa do GDF de receber os professores de laboratórios, mas até agora não sinalizaram nada."

A direção da instituição disse que tem 16 professores para 16 disciplinas, desconsiderando os projetos. No início do ano, havia 12 excedentes, que foram solicitados pela Secretaria de Educação. Alguns foram devolvidos.

“Ninguém volta para casa sem ter aula. A secretaria tem disponibilizado e enviado os professores”, disse o diretor Augusto de Souza Neto.

O presidente do Grêmio Estudantil, Vladmir Gonçalves, afirma que a falta de aulas extras tem um impacto negativo no resultado dos alunos no Enem. “O que mais pesa é no momento que os alunos forem fazer uma redação ou responder questões ligadas a exercícios que têm a ver com procedimentos de laboratórios”, disse. “O público poderia ter a mesma qualidade que um particular tem.”

Segundo os manifestantes, o laboratório de informática está sem funcionar há três anos e eles também estão sem aula de artes.

“O laboratório até está equipado, mas vai estragar sem o uso. Por que o GDF investe para reformar as salas se não tem quem as faça funcionar? Sem o professor, não vai funcionar”, diz Silva.

Os alunos afirmam ainda que os problemas de infraestrutura na escola vão além da falta de funcionamrento dos laboratórios. Eles dizem que já tiveram problemas com fios desencapados, infiltrações, ratos e até alagamentos provocados por chuva. Segundo Souza, a escola se manteve durante um período com verba arrecadada em festas juninas e com doações de professores.

“Se a nossa escola, que é de referência, tem que conviver com ratos, imagina as que não são”, diz Silva.

Mãe de uma aluna do 1º ano, Marília Martins diz que vai acompanhar as ações do grupo. “Nossos filhos estão sem nenhum apoio para o futuro. Vim para cá para guerrear e conseguir a última vaga.

Do G1 DF