Desfile das candidatas ao Rainha das Rainhas

Estilistas apostaram em mitologia e temas regionais.

Nesta sexta-feira (21) 22 candidatas disputaram o título de Rainha das Rainhas do Carnaval 2014 em Belém. O concurso, realizado pelo 68º ano, trouxe luxo e beleza para a passarela montada no Hangar Centro de Convenções. Avaliadas nos quesitos fantasia, desembaraço e beleza, as candidatas tiveram dois minutos para impressionar os jurados e levantar o público.

A primeira candidata a desfilar foi Érika Cristina Souza Cavaleiro de Macedo, da Associação dos funcionários do Tribunal de Contas do Estado do Pará (ASTCEMP). A jovem de 28 anos sonha desde os 7 em participar do Rainha das Rainhas. Na passarela, Érica representou Akasha, a Rainha dos Vampiros. A fantasia tentou um efeito surpresa, mas uma das abas não abriu, prejudicando a evolução.

Logo em seguida foi a vez da candidata do Clube dos Empregados da Petrobrás (CEPE), Ana Carolina Ereiro, que homenageia a flor Dama da Noite na fantasia “Princesa Damang”, representada por um resplendor feito com cores noturnas e da realeza. Com uma fantasia com equilíbrio perfeito, a candidata desfilou com muita segurança, mostrando naturalidade durante a evolução da coreografia.

A estudante de marketing Bianca Pinto Cardoso vestiu a fantasia “O voo mágico de Garuda”, um ser mágico que é inimigo e destruidor de serpentes. Durante o desfile, a Rainha do Tênis Clube trouxe temas ligados à cosmologia e espiritualidade, adornada com plumas, penas, cristais e pedrarias. Com um resplendor leve, a rainha pode chamar atenção pela expressão corporal com força e precisão, com movimentos de cabeça complexos marcando o ritmo de uma trilha épica.

O Clube de Engenharia trouxe a rainha Alessandra Alencar, de 25 anos, que participou pela primeira vez de um concurso de beleza. A fantasia homenageou a cultura belenense, com o tema “Cheiro cheiroso: o poder das ervas do Ver-o-peso” representando as culturas ribeirinha e indígena.

A Rainha do Pinheirense, Ana Gabrielle Carvalho, tem 24 anos e é estudante de dança. A candidata é veterana em concursos de fantasia, e trouxe o tema “Quando o amor renasce nas brancas asas do cisne”.  Usando adereços leves e simétricos, a rainha desfilou com sapatilhas de balé e conseguiu fazer passos delicados, com a ponta dos pés, chamando a atenção pela originalidade e elegância.

Larissa Rica, do Cassazum, foi uma das mais jovens Rainhas a desfilar no concurso: com apenas 17 anos, a jovem vestiu a fantasia “Cidade elétrica: o carnaval de Salvador”, que fez referência ao povo baiano e seus costumes, especialmente a alegria do carnaval. A candidata representou bem o tema, fazendo um desfile repleto de alegria e energia.

A candidata do Pará Clube, Raíssa Rodrigues, vestiu a fantasia “Miguel, o arcanjo da justiça”. Estudante de letras, Raíssa já tinha havia participado de outros desfiles, e trouxe para o Rainha as armas do anjo guerreiro: de espada e escudo nas mãos, fez um desfile forte, contrastando com as delicadas cores brancas e rosas do seu resplendor.

O Clube dos Oficiais do Corpo de Bombeiros (COCB) trouxe a professora de educação física Amanda Alves como “Cibele, a favorita de deus Baco”. Com adereços que lembram o bosque sagrado do deus do vinho, Amanda representou uma personagem que remonta ao começo da tradição do carnaval: os saturnais. O desfile da jovem chamou muita atenção, fazendo uma trajetória entre a tradição da antiguidade e o carnaval Brasileirinho.

Cíntia Oliveira, da Associação dos Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar e Bombeiros (ASSUBSAR), se inspirou nos contos de fadas – mas, em vez das tradicionais princesas, Cíntia retratou “Ravena, a rainha má”, que usa de bruxaria para se manter cada vez mais bela. Durante o desfile, a candidata exibiu ícones tradicionais das histórias clássicas, como a maçã envenenada e o oráculo do espelho.

A Rainha do Monte Líbano, Leonice Lanoa, tem 24 anos e homenageou o Pará com a fantasia “Raízes”, que faz referência a plantas da Amazônia como a castanheira e a madioca. Além dos vegetais, Leonice também homenageou as raízes musicais do estado, dançando carimbo na passarela do Hangar.

Lorena Rêgo, da Associação e Sindicato dos Delegados de Polícia do Pará (Assindelpa), trouxe o tema mais moderno dentre as abordagens regionais nos desfiles o Rainha das Rainhas: a funcionária pública de 26 anos veio com a roupa “Luzes e neon: a imagem tecnobrega”, apresentando o gênero popular do Pará que surgiu da fusão do brega com a música eletrônica através da tecnologia. Seu resplendor trouxe caixas de som, cores cintilantes e, dançando com uma trilha sonora original, vinda do treme, chamou atenção do público do Hangar.

O Clube dos Advogados veio com Suzane Calandrini, bacharel em direito de 23 anos que vestiu a fantasia “A condessa”, retratando a personagem que fugiu para a Transilvânia, onde conheceu Drácula que a transformou em vampira para que a condessa ficasse bonita para sempre. Durante o desfile, Suzane inovou: para incorporar a personagem vampira, sua fantasia permitiu um movimento que a deixou de cabeça para baixo, como um morcego. A novidade agradou o público pelo ineditismo, mas a apresentação audaciosa foi feita com segurança pela candidata.

O Paysandu veio com Natália Lago, de 22 anos. A estudante de jornalismo fez sua primeira participação em concursos de beleza com a fantasia “Espelho, espelho meu”, também inspirada na Branca de Neve. Luxuosa, a rainha do Paysandu trouxe maças envenenadas e gargalhadas malignas em um desfile marcado pelo luxo na caracterização da personagem.

A candidata da Assembleia Paraense, Glenda Serruya, vestiu motivos tropicais para representar “Ionalu, a luz do novo mundo”, entidade encontrada pelos conquistadores espanhóis após a viagem pelo oceano. No desfile, Glenda brincou com araras cenográficas e fez uma bela coreografia, contando uma história inspirada no filme “1942”.

Bruna Maria, de 19 anos, representou a Associação dos Engenheiros Agrônomos do Pará (Aeapa) com uma fantasia inspirada na beleza e suavidade dos unicórnios. A roupa conferiu bastante mobilidade para a candidata, que se movimentou bem pelo palco para desenvolver a coreografia.

A Rainha do Grêmio Literário Português, Ingrid Paola, se inspirou na orquídea roxa que cresce nas selvas de Borneo. Diz a lenda que a planta tem poderes ligados a metamorfose, retratada em serpentes de fibra de vidro presentes em destaque. Ingrid desfilou de forma segura e dominou o palco com movimentos muito bem marcados, combinando luxo e leveza.

O Clube do Remo foi representado por Larissa Oliveira, de 19 anos. A estudante de administração vestiu a fantasia “O rugido que vem do norte”, homenageando as aparelhagens, sua alegria e fantasia. Durante a evolução, Larissa aproveitou o resplendor compato da fantasia para desfilar com energia, retratando os passos das festas de aparelhagem.

Amanda de Paula, de 25 anos, representou o Clube dos Oficiais da Polícia Militar (COPM) com a fantasia “Inferno de Dante”, inspirada no poema épico italiano. Seu desfile retratou as provações infernais e a redenção após a remissão dos pecados. A metamorfose da candidata trouxe um efeito interessante, com o resplendor vermelho mudando de cor. Porém, a quantidade de elementos dificultou a evolução da candidata, que dançou com a trilha de “Anjos e demônios”.

A Associação Desportiva e Social dos Funcionários do Banco do Estado do Pará (ASBEP) veio com a candidata Priscila Silva, que dançou temas indianos com a fantasia “Razalila, a dança encantada”, uma homenagem à mitologia hindu e ao deus Krishna. Sua coreografia marcante, ao som de música asiática, trouxe gestual indiano e passou bastante tranquilidade e segurança com a ginga de dança do ventre e movimentos de cabeça característicos.

Lívia Nassif, de 22 anos, representou a Tuna Luso com a fantasia “Arari, a chama sagrada”, mostrando a conquista do fogo pelas tribos tradicionais através do pedido do pajé aos deuses. Com um vermelho vivo, representando o pássaro guará, Lívia alternou música e narrativas mitológicas da Amazônia, marcando sua evolução pela fala gravada do pajé que pontuou sua transformação em pássaro.

A candidata do Bancrevea, Jéssica Alves, tem 21 anos e cursa jornalismo. Ela vestiu a fantasia “Quando a felicidade chega com o pássaro azul”, mostrando a importância de perceber que a felicidade está perto de nós. Seu desfile alegre evoluiu para gestos que lembraram o voo, beneficiado por uma fantasia que funcionou de forma correta e surpreendeu com a abertura de uma nova asa, garantindo harmonia para o desfile.

A estudante de enfermagem Ionara Paulina foi a última a se apresentar. Defendendo o Caixaparah, ela trouxe “Okuni”, a gueixa que se transforma em dragão. Ionara trouxe motivos japoneses, como o teatro kabuki, os leques e o quimono. O desfile foi marcado pela metamorfose: o quimono deu ligar ao biquíni colocado sobre a segunda pele, que permitiu uma melhor desenvoltura para a Rainha.

A candidada da Assembléia Paraense representou a luz do novo mundo (Foto: Alexandre Yuri / G1)

Érika Cristina Souza Cavaleiro de Macedo, da ASTCEMP, foi a primeira rainha a desfilar
(Foto: Alexandre Yuri / G1)

A Rainha do Pinheirense, Ana Gabrielle Carvalho, calçou sapatilhas de ponta e fez passos de balé
(Foto: Alexandre Yuri / G1)

Amanda Alves, do COCB, retratou a favorita do deus Baco (Foto: Alexandre Yuri / G1)

Lorena Rêgo teve o tecnobrega como tema (Foto: Alexandre Yuri / G1)

Natália Lago, do Paysandu, vestiu a fantasia da rainha má (Foto: Alexandre Yuri / G1)

Ingrid Paola, do Grêmio Literário Português, é a Rainha das Rainhas do Carnaval 2014 (Foto: Alexandre Yuri / G1)

Priscila Silva, da ASBEP, dançou temas indianos (Foto: Alexandre Yuri / G1)

Ionara Paulina foi a última a desfilar (Foto: Alexandre Yuri / G1)

Do G1 PA