“A manifestação não foi programada para mim”, diz o prefeito Raimundo Macêdo
André Costa
Mesmo após ficar sitiado em uma agência do Banco do Brasil por mais de seis horas, durante manifestações na última terça-feira (18), o prefeito de Juazeiro do Norte, Raimundo Macêdo (PMSB) desconheceu que os protestos tenham sido direcionados a ele.
O protesto, intitulado “Fora, Raimundão”, contou a presença de aproximadamente 10 mil manifestantes, dentre eles, professores, estudantes e outros apoiadores descontentes com as recentes decisões adotadas pelo gestor, bem como pela câmara de vereadores, tomaram as principais vias da cidade. Entoando gritos de ordem e empunhando cartazes e faixas de protesto, os protestantes pediam a saída do prefeito e a anulação da lei que reduz, em até 40%, os salários dos professores municipais.
Contudo, o prefeito que já está em Brasília para participar de uma reunião com ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, disse que estava saindo do banco quando viu a movimentação e afirmou ter ficado lá para evitar exposição. “Eu estava saindo do banco e eles iam passando. (A manifestação) não foi programada diretamente para mim. Havia um movimento geral, eles iam descendo para a Câmara Municipal”, relatou o prefeito.
Alheio às manifestações e isentando-se de qualquer culpa, Raimundão disse que nada faria acerca dos protestos: “quem tem de tomar providência é a Presidente da República, pois os protestos estão ligados a questões nacionais”. Questionado por um radialista brasiliense sobre a PCCR - Plano de Cargos, Carreira e Remuneração, Raimundo reiterou que não houve redução no salário dos professores do município e que o pagamento adiantado do dia 28 para o dia 21 deste mês será a prova de que não haverá desconto.
Os jornais The New York Times (Estados Unidos da América) e Le Monde (França) repercutiram os protestos na Terra do Padre Cícero, ainda sim, Raimundo Macêdo diz estar “com a consciência tranquila” e rechaça que os protestos não foram contra ele.
Ao sair escoltado por volta da meia noite, Raimundão ainda acenou positivamente para a multidão antes de entrar na viatura policial. O cerco impossibilitou o prefeito de estar presente na abertura do festival junino Juáforró, que teve início naquela mesma noite com a presença da banda Aviões do Forró. O evento é uma das críticas dos manifestantes devido à verba milionária destinada para a realização.
Com informações de Jéssica Welma, Jornal O Povo.
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