O corpo da juíza Glauciane Chaves de Melo, de 42 anos, é velado em Belo Horizonte, na noite deste sábado (8). Ela foi morta a tiros dentro do Fórum de Alto Taquari, a 509 quilômetros de Cuiabá (MT). O principal suspeito é o ex-marido da magistrada, que está foragido. O velório é realizado no Funeral House, na capital mineira, e o enterro será na manhã deste domingo (9), em Contagem, na Região Metropolitana.

Glauciane de Melo foi morta nesta sexta-feira (7), dentro do gabinete onde trabalhava. A suspeita é que o ex-marido tenha entrado na sala e, após uma discussão, dado dois tiros.

O primeiro marido da juíza, Daniel Coelho, falou ao G1 que o sentimento da família é de consternação, mas que eles acreditam na Justiça. "A família está consternada. A dor é dilacerante. Mas a família acredita no Poder Judiciário Brasileiro e tem a consciência de que a misericórdia divina existe", disse. Ele acompanha o velório junto aos familiares da magistrada

O promotor João Batista de Oliveira, que acompanha a investigação em Alto Taquari disse que ela vinha sendo ameaçada pelo ex há pelo menos três meses. Apesar da confirmação das ameaças, não existe nenhum registro forma contra o ex-marido por parte da juíza.

O casal estava separado há seis meses e a Polícia Civil trabalha com a hipótese de crime passional pelo fato do ex-marido não aceitar o fim do relacionamento. Eles eram de Minas Gerais e foram para Mato Grosso no último ano, quando a magistrada foi empossada no cargo. O ex-marido trabalhava como enfermeiro na cidade.

A perita criminal Sandra Rambo relatou que a magistrada foi atingida por dois tiros na parte de trás da cabeça e o corpo estava caído próximo a porta do gabinete. A cena do crime, segundo a polícia, leva a crer que a vítima teria tentado deixar a sala, quando recebeu os disparos.

A juíza chegou a ser levada para um hospital da cidade, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu. Contudo, ainda não há informações sobre o que teria motivado a discussão do casal. Após o crime, o suspeito fugiu a pé. A arma que teria sido usada, um revólver calibre 38, foi encontrada pelos policiais em um canteiro, em frente ao Fórum da cidade, ainda na sexta-feira.

Prisão decretada
O  juiz Pedro Davi Benetti, que atua na Segunda Vara de Alto Araguaia, a 426 km da capital, e passou a responder pelo Fórum de Alto Taquari, decretou a prisão preventiva do suspeito. De acordo com a decisão do magistrado, há indícios suficientes de autoria e materialidade do crime por parte do suspeito. Ressalta também, que a medida é necessária para a manutenção da garantia da ordem pública que foi abalada pela gravidade da ocorrência.

Do G1 MG