DF - Duas pessoas são indiciadas por tráfico humano

Grupo aliciava pessoas de Bangladesh e prometia salário de US$ 1,5 mil. Estrangeiros trabalhavam em condições análogas a escravidão, diz PF.

A Polícia Federal indiciou nesta quinta-feira (16) duas pessoas pelo crime de tráfico humano. O inquérito foi aberto no dia seguinte ao início da operação Liberdade, criada pela PF para desarticular uma quadrilha de tráfico internacional que trazia pessoas de Bangladesh, Afeganistão e Paquistão para trabalhar em situação análoga à escravidão no Distrito Federal. A polícia pretende concluir o relatório em 30 dias.

Durante a operação, a PF realizou buscas nas residências dos investigados e nos alojamentos onde estão os estrangeiros. A polícia encontrou 80 homens em seis residências na região de Samambaia, vivendo em condições precárias de higiene.

A polícia investiga quatro traficantes de pessoas e dois intermediários. Eles cobravam entre US$ 10 mil e US$ 12 mil para trazer de forma ilegal os imigrantes. As vítimas ingressavam no Brasil pela Guiana Inglesa, Peru e Bolívia. Ao chegar, eles tinham os passaportes retidos pelos coiotes (apelido das pessoas que faziam o tráfico de pessoas) e eram obrigados a pagar mensalmente aos membros da quadrilha taxas por alojamento e passagem.

A situação migratória dos estrangeiros era regularizada por meio do pedido de refúgio, o que permitia a eles receber carteira de trabalho e CPF e a trabalhar legalmente. Apesar de a maioria estar desempregada, os que tinham empregos trabalhavam na construção civil, em frigoríficos e em lava-jatos.

A PF informou que vai apurar a situação migratória dos estrangeiros, mas se for confirmado que eles são vítimas, poderão pedir a permanência no país. A polícia ofereceu abrigo para os estrangeiros, mas eles não aceitaram.

Do G1 DF