Mortos em desabamento de prédio em Bangladesh chegam a 572
Quantidade de desaparecidos ainda é incerta.
O trágico desabamento do prédio que abrigava inúmeras fábricas têxteis, registrado na última semana em Bangladesh, causou pelo menos 572 mortos, informou neste domingo (5) à Agência EFE uma fonte oficial.
Após 12 dias da pior tragédia industrial do país asiático, o número de mortos deverá continuar crescendo, já que os trabalhos de remoção dos escombros ainda não terminou, afirmou o porta-voz do Exército, Shahibula Islam. Ele ressaltou que "o número de mortos aumenta continuamente".
O número de desaparecidos continua indeterminado. Outras 2.437 pessoas que se encontravam no imóvel de nove andares situado na cidade de Daca foram resgatadas com vida.
Os lojistas e fabricantes do edifício, que desabou no último dia 24 de abril com cerca de 3 mil pessoas em seu interior, foram alertados pelas autoridades do país a evacuar o local por causa de grandes rachaduras. No entanto, além de terem ignorado os alertas de segurança, os proprietários dos comércios ainda obrigaram seus funcionários a trabalhar.
Causas
Quatro geradores situados na cobertura do imóvel e a maquinaria industrial usada em seu interior estão entre as principais causas da maior tragédia industrial da história do país asiático.
"O peso e as vibrações dos geradores de eletricidade criaram uma grande pressão sobre a estrutura do edifício", disse à EFE Uddin Khandaker, funcionário do Ministério do Interior que dirige uma investigação para esclarecer o ocorrido.
Khandaker afirmou que o uso prolongado de maquinaria pesada também debilitou a estrutura do edifício, que tinha nove andares, mas com permissão para cinco e construído para um uso comercial - não industrial - e com materiais de "muito pouca qualidade".
A catástrofe que comoveu Bangladesh acabou evidenciando as péssimas condições trabalhistas e de segurança que os trabalhadores das fábricas têxteis são submetidos no país asiático.
As autoridades prenderam o dono do imóvel - vinculado ao partido governante em Bangladesh -, vários proprietários de oficinas têxteis e, inclusive, engenheiros municipais.
As companhias internacionais Primark, El Corte Inglés, Bon Marche e Joe Fresh confirmaram seus vínculos com algumas das empresas locais envolvidas no acidente.
Da agência EFE
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