Indústria vista de cima: meta de 5 milhões de carros até 2017
ANFAVEA: NOVA DIREÇÃO
Tomou posse a nova diretoria que vai comandar a indústria automobilística no triênio 2013-2016. O presidente da Fiat, Cledorvino Belini, sai para entrar como novo presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) um executivo da General Motors do Brasil, Luiz Moan Yabiku Júnior. Belini comandou a entidade de 2010 a 2013.
A solenidade aconteceu no Clube Monte Líbano, na região de Ibirapuera, São Paulo, e contou com a presença de autoridades como o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, que representou a presidente Dilma Roussef. Aos 57 anos, Moan é economista e diretor de Assuntos Institucionais da General Motors. Atua há mais de 30 anos no setor, tendo passado pela Volkswagen e pela própria Anfavea, da qual foi diretor executivo. Há três anos é o primeiro vice-presidente da Associação. Na entrevista coletiva, Moan disse que vai nortear seu mandato em quatro pilares: mercado interno, produção, exportação e sustentabilidade.
"Será um triênio de grandes desafios, já que a indústria automobilística não tem os mesmos paradigmas dos último anos", disse Moan, durante a coletiva. E ele apontou números que comprovam as diferenças e as mudanças ocorridas. Hoje, são 55 unidades industriais em 39 municípios de 9 estados do Brasil. "Em 9 anos, saímos de 1,4 milhões de veículos vendidos para 3,8 milhões, um crescimento de 166%, mas ainda temos potencial de crescimento". A meta, segundo ele, é chegar a 5 milhões de unidades vendidas até 2017.
Moan apontou um descompasso entre vendas e produção no Brasil. Hoje, o País está em quarto lugar em vendas e é o oitavo maior produtor mundial. "Somente com o mercado interno forte conseguiremos crescer a produção e vamos lutar fortemente para aproximar esses números", acrescentou. Ele cita a importância do Inova-Auto para chegar a isso. "Precisamos de veículos mais atualizados e econômicos e um setor de autopeças forte".
Segundo ele, de 2013 a 2017 as montadoras já garantiram R$ 60 bilhões de investimento potencial, um investimento médio anual de R$ 12 bilhões. "De 2008 a 2012 o investimento anual era de R$ 7 bilhões".
Moan defendeu novos programas para estimular o setor: o Inovar-Peças e o Exportar-Auto. Na opinião dele, o desafio será na exportação, que tem tido uma queda no número de veículos exportados. "Em 2005 exportamos 900 mil veículos, em 2013 será 420 mil, menos da metade", lamentou. "Queremos, junto ao Governo, uma nova política de exportação, com a meta de chegar a 1 milhão de veículos exportados", declarou.
O novo presidente citou também temas como sustentabilidade e mobilidade como focos de sua gestão. "Em relação a sustentabilidade, vamos apoiar projetos que estimulem a mobilidade urbana, ecologia, segurança veicular e que não agridam tanto o meio ambiente", declarou.
"Sabemos que somos parte do problema ambiental, por causa da poluição, mas vamos trabalhar para diminuir esse impacto". Ele citou que hoje os carros poluem 20% menos que há 20 anos atrás. Moan defende que a engenharia e a tecnologia automotivas devam estar sempre a frente de estudos para reduzir esse impacto na emissão de poluentes. "O tema inovação não pode parar: precisamos de uma conexão maior com o governo, universidades e iniciativa privada", disse.
A entidade vai apresentar "o mais rápido possível" ao governo a proposta de uma nova política de estímulo a exportações. Segundo o executivo, a ideia é criar um programa de incentivo que permita aumentar as exportações das montadoras brasileiras para a casa de 1 milhão de veículos. No ano passado, o setor exportou 442,1 mil veículos e, para 2013, as estimativas da Anfavea apontam para um volume de 420 mil unidades, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. A proposta que está sendo estudada, adiantou, passa pela desoneração de impostos incidentes na produção, mas sem mexer nos fundamentos da política econômica, como o câmbio flutuante. Hoje, nós exportamos impostos", afirmou Moan.
Conheça a Anfavea
Fundada em 1956, a poderosa Anfavea reúne fabricantes de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus) e máquinas agrícolas (tratores, colheitadeiras) com instalações industriais no Brasil.
Com força de interlocução com os maiores cargos da república brasileira, responde por 23% do PIB industrial brasileiro e 5% do total da economia. Gera o total de US$ 32 bilhões de tributos diretos e indiretos por ano. Em relação a geração de empregos, 1,5 milhão de pessoas trabalham direta ou indiretamente no setor.
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ANDRÉ MARINHO*
EDITOR
*O editor viajou a São Paulo (SP) a convite da Anfavea
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