Estiagem provoca queda de 15% no setor agropecuário de PE

Produdores rurais precisam conviver com a falta d\'água e de dinheiro.

A estiagem que mata animais de sede e de fome também arrasa a agricultura e produz miséria. A seca que atinge Pernambuco fez encolher o Produto Interno Bruto (PIB) do estado, que é a soma de todos os serviços e bens produzidos e que serve para medir o crescimento econômico no ano. De acordo com a Secretaria Estadual de Agricultura, em 2011, o PIB tinha crescido 4,5%. No ano passado, o crescimento não passou de 2,3%. E o setor agropecuário sofreu o peso da queda de 15%.

Os rebanhos do interior minguaram. Na vacinação feita no fim de 2012 foram contados 2,4 milhões de bovinos. De lá para cá, 250 mil morreram, 350 mil foram mandados às pressas para outros estados e 360 mil foram abatidos antes da hora. No setor caprino, a média anual de nascimentos de bezerros em Pernambuco é de 440 mil. Ano passado, nasceram apenas 120 mil, um quarto do habitual.

Quem sofre com a falta de chuva precisa se adaptar aos tempos de escassez. Quando precisou vender a última vaca e viu que o leite das cabras da criação já não dava para pagar as contas, o agricultor Edvan Brasil mudou-se e virou pedreiro. “Por causa da seca, que tá se acabando tudo, vim embora para a cidade para arrumar o pão de cada dia, que o sítio não tem mais do que viver não”, disse.

Em Águas Belas, no Agreste de Pernambuco, depois que o rio Ipanema secou, os moradores escavaram o terreno do local para ver se conseguiam encontrar água. Com a água encontrada, eles aproveitam para tomar banho e tentar matar a sede do gado. “A água é muito salgada. É muito sal, eles bebem só um pouquinho. mas isso consegue segurar. Não tem outra. A que eles bebem é só essa mesma”, afirma o criador José Paulo Lins da Silva.

Do G1 PE