Madeireiros peruanos são detidos explorando área de proteção no AC
Mais de 350 m³ de madeira nobre foram destruídos.
Genival MouraDo G1 AC
Um grupo composto por oito madeireiros peruanos foi detido por autoridades brasileiras, explorando a área sul do Parque Nacional da Serra do Divisor, no Acre, para a retirada de madeiras nobres. A operação coordenada pela equipe do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) se encerrou nesta terça-feira (2) e encontrou acampamentos, estradas e cerca de 352 m³ de cedro que seriam transportados para o lado peruano.
Segundo o analista ambiental do ICMBio, Paulo de Sousa, que responde como chefe do parque, devido a dificuldade de acesso, a madeira foi inutilizada. Os acampamentos foram incendiados e equipamentos destruídos, entre eles, um trator de pequeno porte usado no transporte da madeira.
Os peruanos foram detidos por policiais militares, civis e federais que prestaram apoio na operação. Eles foram notificados e deportados imediatamente para o país vizinho.
Um helicóptero do Ibama foi utilizado no deslocamento da equipe e para sobrevoar a área invadida. Os envolvidos na operação também utilizaram barcos e caminharam mais de um dia em trilhas pela mata. Segundo o chefe do parque, Paulo de Souza, haviam outras estradas paralelas à fronteira que não foram inspecionadas devido ao pouco tempo da operação.
“O chefe do grupo de madeireiros disse que não tinha conhecimento de que aquele local fazia parte do Brasil e garantiu que havia comprado a área de um madeireiro da cidade peruana de Pucalpa, há quatro meses. Pelo que a gente pode notar, a exploração vinha acontecendo há algum tempo, tanto que eles estão retirando apenas cedro, porque o mogno já está escasso. Precisamos fazer novos monitoramentos”, analisa Sousa.
O Exército através do 61º Batalhão de Infantaria de Selva, no município de Cruzeiro do Sul (AC) foi solicitado pelo ICMBio, mas não participou da operação na fronteira onde é sua área de atuação. O coronel Alexandre Guerra, comandante da corporação justificou que os militares estavam envolvidos em outra operação.
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