Mãe de suspeita de matar Bernardo diz que filha deixou pá em sua casa
Assistente social foi presa por suspeita do crime, junto com pai e madrasta.
A mãe da assistente social Edelvania Wirganovicz confirmou nesta sexta-feira (18) que a filha havia deixado em sua casa ferramentas que podem ter sido usadas para enterrar o corpo de Bernardo Uglione Boldrini em um matagal na área rural de Frederico Westphalen, na Região Noroeste do Rio Grande do Sul.
O menino de 11 anos foi encontrado morto na noite de segunda-feira (14) na cidade a cerca de 80 km de Três Passos, onde ele vivia com a família. Ele estava desaparecido desde o dia 4 de abril. Segundo a Polícia Civil, o médico Leandro Boldrini, pai do garoto, a madrasta Graciele Ugolini Boldrini e Edelvania, amiga do casal, são suspeitos do crime. Os três estão presos temporariamente.
A mãe de Edelvania, Tereza Wirganovicz, mora na localidade de Cristal do Sul, a menos de um quilômetro onde o corpo do garoto foi encontrado. Na casa dela, a polícia apreendeu uma pá e uma cavadeira manual, ferramentas que podem ter sido usadas para abrir a cova. "Ela trouxe estas coisas e disse para mim que trouxe para fazer a valeta lá em cima, para encanar a água", disse Tereza, acrescentando que não desconfiou da filha. "Me choquei um pouco por ver aquilo, mas não percebi nada", disse.
Essa mulher iludiu ela (Edelvania) para planejarem tudo escondido, entre as duas”
Tereza Wirganovicz, mãe de suspeita de matar Bernardo
O menino foi visto pela última vez em 4 de abril em Três Passos, no Noroeste gaúcho. Após 10 dias, o corpo da criança foi encontrado enterrado no mato.Segundo a Polícia Civil, foi Edelvania quem revelou a localização do corpo.
Tereza acredita que a filha tenha sido enganada pela madrasta do menino. "Éramos todos inocentes. Ninguém sabia de nada. Essa mulher iludiu ela (Edelvania) para planejarem tudo escondido, entre as duas", afirmou.
O inquérito sobre o caso é elaborado pela Polícia Civil e corre em segredo de Justiça. No início da semana, a delegada Caroline Bamberg, responsável pelo caso, afirmou que pelo menos dois dos três suspeitos podem ser indiciados por homicídio triplamente qualificado e não descartou a participação de mais pessoas no crime.
Ainda segundo a delegada, a pá e uma cavadeira que foram apreendidas passarão por uma perícia. Também serão analisados uma amostra de terra retirada do local onde o garoto foi enterrado, para que seja comparada com os resíduos de terra encontrados no carro da assistente social, da madrasta e do pai do menino.
Entenda
Bernardo havia sido visto pela última vez às 18h do dia 4 de abril, quando ia dormir na casa de um amigo, que ficava a duas quadras de distância da residência da família. No domingo (6), o pai do menino disse que foi até a casa do amigo, mas foi comunicado que o filho não estava lá e nem havia chegado nos dias anteriores.
No início da tarde do dia 4 de abril, a madrasta foi multada por excesso de velocidade. A infração foi registrada na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho. A mulher trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico Westphalen. O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) disse que ela estava acompanhada do menino.
“O menino estava no banco de trás do carro e não parecia ameaçado ou assustado. Já a mulher estava calma, muito calma, mesmo depois de ser multada”, relatou o sargento Carlos Vanderlei da Veiga, do CRBM. A madrasta informou que ia a Frederico Westphalen comprar um televisor.
O pai registrou o desaparecimento do menino no domingo (6), e a polícia começou a investigar o caso. Na segunda-feira (14), o corpo do garoto foi localizado em Frederico Westphalen.De acordo com a delegada Caroline Virginia Bamberg, responsável pela investigação, o menino foi morto por uma injeção letal, o que ainda precisa ser confirmado por perícia. A delegada diz que a polícia tem certeza do envolvimento do pai, da madrasta e da amiga da mulher no sumiço do menino.
Comentários