Comandante das UPPs garante que ataques foram orquestrados
A Polícia Militar do Rio de Janeiro acredita que as ações criminosas que ocorreram em três UPPs da Zona Norte tenham sido orquestradas. O comandante-geral das UPPs, Coronel Frederico Caldas, disse na manhã desta sexta-feira (21) que nunca houve um evento tão extremo como o que ocorreu na noite desta quinta em Manguinhos. Segundo ele, os crimes foram concentrados, mas não há como afirmar de onde partiu a ordem dos ataques. Dois policiais militares, entre eles o comandante da UPP Manguinhos, capitão Gabriel Toledo, que apoiava a ação na UPP Mandela, ficaram feridos.
"Não temos mais dúvidas de que o que aconteceu em Manguinhos, Arará, Mandela e Camarista/Méier foram ações orquestradas. Apesar de ser uma área de hostilidade, em Manguinhos nunca tivemos um evento tão extremo como o que aconteceu ontem. Cinco das sete bases foram incendiadas e algumas viaturas também", disse coronel Frederico Caldas.
Apesar da relação entre os ataques, Caldas exclui a troca de tiros no Conjunto de Favelas do Alemão desta lista. Segundo ele, a ação no Alemão, também na noite de quinta, foi pontual.
"Aqui no Complexo do Alemão houve uma troca de tiros em uma localidade chamada Chuveirinho, que a gente percebe que não há ligação com o que aconteceu lá [Manguinhos]. Foi em função do patrulhamento mesmo, porque os policiais estavam presentes", explicou Caldas.
No fim da noite de quinta, informações extraoficiais diziam que o ataque em Manguinhos teria sido feito por criminosos que estariam indo em três vans da Vila Kennedy, Zona Oeste, ocupar o Morro dos Macacos, em Vila Isabel. Eles teriam se deparado com PMs de Manguinhos no meio do caminho e iniciado a troca de tiros. O comandante disse que ainda é muito cedo para afirmar a origem desses ataques, mas que houve averiguação desta informação no Morro dos Macacos.
"Houve movimentação no Morro dos Macacos, mas a PM fez operação e não constatou a presença de marginais no local", disse.
Reforço policial
Caldas disse que no fim da noite de quinta e início da manhã de sexta, os policiais das UPPs atingidas tiveram as folgas suspensas, mas que a tendência é que as operações se normalizem, mantendo o estado de atenção.
"Instruí os comandantes das UPPs que regressassem às bases e, ao longo do dia, nós vamos avaliar se devemos manter um reforço maior", explicou, acrescentando que 9,3 mil policiais fazem a segurança de todas as Unidades de Polícia Pacificadora do Rio atualmente.
Guilherme BritoDo G1 Rio
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