Incêndio destrói 50 casas no Bairro dos Coelhos

Fogo destrói comunidade Roque III no bairro dos Coelhos, no Recife

Moradores corriam com botijões de gás para fora da área incendiada a fim de evitar danos maiores à comunidade Roque III

Um incêndio de grandes proporções atingiu pelo menos 50 barracos na comunidade Roque III, na divisa entre o bairro dos Coelho e a Ilha do Leite, na área central do Recife, nesta manhã de sábado (15). O fogo começou por volta das 8h e só foi controlado pelo Corpo de Bombeiros após quase duas horas de duração.

Quatro pessoas idosas precisaram ser socorridas depois de sofrerem crises nervosas e inalarem fumaça. Ainda não há certeza do que poderia ter provocado o incêndio, mas cogita-se que uma brincadeira entre crianças utilizando fósforos é o que teria iniciado as chamas.

De acordo com o tenente-coronel Adalberto Freitas, secretário da Secretaria-Executiva de Defesa Civil (Sedec), o órgão vai cadastrar as famílias que perderam os imóveis para encaminhá-las a abrigos. A prioridade será para aqueles que não possuem casas de parentes. O serviço está sendo realizado na Escola Municipal do Coelhos e segue até que todos estejam cadastrados.

As famílias que puderem ir para casa de parentes serão encaminhadas com o que restou de seus pertences. 0s demais serão levados ao Abrigo Municipal localizada na Travessa de Gusmão, no bairro de São José, também na área central do Recife. Ainda de acordo com a Secretaria-Executiva de Defesa Civil, as famílias atingidas receberão, inicialmente, cestas básicas e kit com materais de higiene.

Fábio Gomes, coordenador da Organização Não Governamental (ONG) Rede Favos, que atua na comunidade dos Coelhos, disse que enquanto houver moradias construídas do tipo palafita sempre vai existir o risco de novas tragédias acontecerem. "Todos sabem que barracos de madeira, plástico, papel e zinco, ao lado da brisa do rio Capibaribe, misturado ao fogo que surge, é uma bomba. Por que não priorizar habitação?", indaga Fábio.

Ele também questionou a ação dos bombeiros, afirmando que houve demora na chegada dos profissionais ao local do incêndio. "Eles chegaram em 30 minutos, inclusive com um dos carros, aparentemente, sem água em seu depositário, ficando mais de 20 minutos sem uso. Os bombeiros não quiseram seguir os caminhos que a comunidade indicava para combater o fogo, e ficaram perdidos, perdendo tempo, enquanto as chamas rasgava a favela de um lado a outro", afirma o coordenador da ONG. 

Ao todo, cerca de 80 profissionais da Prefeitura do Recife estão no local. Ele são representantes de diversos órgãos como: Habitação, Guarda Municipal, Direitos Humanos, além da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU).

Do NE10