PF paralisa 70% do efetivo por um dia e pede valorização da classe em GO

Categoria reivindica reestruturação da carreira e reajuste salarial.

Agentes da Polícia Federal (PF) em Goiás iniciam na manhã desta terça-feira (11) uma paralisação de 70% do efetivo, que inclui policiais, escrivães e papiloscopistas. A interrupção das atividades ocorrerá no horário de expediente, das 8h às 18h. Com isso, o atendimento ao público e os serviços prestados serão afetados. Com o tema "PF na UTI", eles querem chamar a atenção do governo federal para a atual situação da entidade, que, segundo eles, está "abandonada".

Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Federais em Goiás (Sinpefego), Adair Ferreira dos Santos, a suspensão ocorrerá em outras cidades do país e é organizada pela Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef). Em Goiás, além da capital, as unidades da PF em Anápolis e Jataí também devem aderir à paralisação.

"Queremos denunciar o abandono, o controle político da PF e falta de investimentos que ocorre há mais de sete anos. Essa desvalorização tem feito com que vários servidores peçam para deixar o órgão. Só no ano passado, 230 agentes pediram demissão em todo o país", diz Adair aoG1.

Segundo o sindicato, em Goiás há 182 policiais federais, entre agentes, escrivães e papiloscopistas, sendo 134 em Goiânia, 24 em Jataí e 24 em Anápolis. Somente 30% deste total irá atuar durante a paralisação desta terça-feira.

"Não vamos deixar de fazer nenhum serviço como investigações, segurança privada e emissão de passaportes, mas eles serão afetados parcialmente dependendo da demanda", explica o presidente.

Valorização
Atualmente, um policial federal começa a carreira ganhando R$ 7,5 mil. O sindicato diz que a categoria não foi valorizada pelo governo como outras entidades. "Queremos a reestruturação da carreira, da mesma forma como ocorreu em outros órgãos como a Receita Federal e a Abin [Agência Brasileira de Inteligência]", destaca Adair.

De acordo com presidente do Sinpefego, na quarta-feira (12) os servidores voltam normalmente ao trabalho. Porém, novas paralisações não estão descartadas. "Temos um calendário onde estão previstas outras paralisações para fevereiro e março. Se não houver acordo, podemos parar por tempo indeterminado", avisa.

Na última sexta-feira (7), os agentes fizeram uma manifestação em Goiânia por se considerarem vítimas de um "boicote" do governo federal. Em um ato simbólico, eles se acorrentaram em frente à sede da PF e penduraram as algemas.

Sílvio TúlioDo G1 GO