Balanço registra mais de 50 mortes por bala perdida em 5 meses, no ES
Polícia informou que não faz a contagem desses casos separadamente.
Mais de 50 pessoas morreram vítimas de bala perdida nos últimos cinco meses no Espírito Santo, segundo um levantamento realizado pelos jornais A Gazeta e Notícia Agora. A média é de 10 casos por mês. A polícia informou que não faz a contagem desses crimes, porque apura todos os casos de homicídio juntos.
Na última quarta-feira (5), uma auxiliar de serviços gerais de 24 anos foi ferida no ombro enquanto estava na calçada de casa, no bairro Vila Nova de Colares, na Serra, região Metropolitana de Vitória. Segundo moradores, o alvo do atirador era um rapaz de 19 anos, que chegou a ser atingido por seis tiros. O suspeito não foi localizado pela polícia. A mulher foi levada ao hospital, atendida e liberada.
Em menos de uma semana, esse foi o terceiro caso de bala perdida na região da Grande Vitória. Na terça-feira (4), no bairro Vale Encantado, em Vila Velha, uma criança de seis anos foi atingida de raspão, na perna, por tiros disparados por dois rapazes. Já na quarta-feira (5), em Nova Carapina I, na Serra, uma adolescente de 15 anos também foi atingida com um tiro na mão, no momento em que chegava em casa.
No final do mês de janeiro, no dia 24, um comerciante foi morto no bairro Cascata, na Serra, vítima de bala perdida. O pai do jovem lamentou a violência sofrida pelo filho. “A gente vê tantas coisas acontecendo todos os dias, mas fica extremamente horrorizado quando isso acontece com a nossa família. Eu nunca imaginei que isso pudesse acontecer. É nessa condição que eu estou. Acabou", disse.
Drogas
Para o delegado José Lopes, o tráfico de drogas está por trás desses crimes, normalmente cometidos por adolescentes. “A maior parte desses crimes acontecem por conta do tráfico de drogas, principalmente envolvendo adolescentes. Esses menores são usados como escravos, porque são apreendidos e ficam pouco tempo, além de gastar menos para ser solto. Os jovens não têm essa responsabilidade, tem a sensação de impunidade, eles atiram mesmo, sem se importar com quem está na frente”, afirmou.
A polícia garantiu que trabalha na prisão e identificação dos suspeitos, apesar da legislação dificultar o trabalho. “A polícia faz um trabalho de inteligência entre a Militar e Civil para poder prender os traficantes, mas infelizmente a nossa legislação permite que eles saiam em pouco tempo. Só a divisão de homicídio prende 600 pessoas por ano. Quase 90% deles tem envolvimento com tráfico de drogas”, disse o delegado.
O delegado ainda orientou a população para que tentem se esconder caso vejam troca de tiros. “A gente orienta a população é que quando alguém começar a atirar, que caia no chão, porque reduz a possibilidade de ser alvejado. Não adianta nada correr. Quando a polícia for fazer uma operação, que saia da rua. É perigoso, porque pode haver uma troca de tiros”, completou.
Do G1 ES, com informações da TV Gazeta
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