Toma posse a primeira presidente da história do Banco Central americano

Favorita ao cargo, economista já era vice-presidente do Fed.

A economista Janet Yellen, de 67 anos, é, oficialmente, a primeira mulher a assumir o cargo de presidente do Banco Central dos Estados Unidos (Fed). Ela foi empossada nesta segunda-feira (3).

A norte-americana Yellen já era vice-presidente do Fed e vai suceder Ben Bernanke. Seu mandato acabará em 3 de fevereiro de 2018.

Ela já era favorita em pesquisas com economistas e tinha o apoio de 20 membros democratas do Senado.

Yellen disse recentemente que a política monetária dos Estados Unidos provavelmente continuará expansionista - com estímulos à economia - por muito tempo, mesmo depois que for atingido o patamar de desemprego ou inflação usado como referência para elevação dos juros pelo Fed.

Outro dos nomes cotados para a sucessão de Bernanke, Lawrence Summers, ex-assessor econômico do presidente dos EUA, Barack Obama, e ex-secretário do Tesouro no governo de Bill Clinton, retirou seu nome em setembro de 2013.

Yellen deverá enfrentar uma série de desafios em relação à política econômica nos próximos meses e anos, diante da  redução do programa de estímulos.

Conheça Yellen
Considerada democrata, Yellen passou mais de 12 anos no coração da política monetária dos Estados Unidos. É vista no Comitê de Política Monetária (Fomc) como uma democrata, mais preocupada com o desemprego do que com a inflação.

Nascida no Brooklyn e casada com um economista, com quem tem um filho com a mesma profissão, Yellen subiu todos os escalões do Fed.

Após cinco anos de magistério na Universidade de Harvard, entrou no Fed pela porta dos fundos em 1977, na equipe de economistas encarregados de realizar análises e estatísticas para a diretoria do banco. Fez parte dessa equipe durante dois anos e foi ali que conheceu seu marido, George Akerlof, futuro prêmio Nobel de Economia.

Doutora em economia pela Universidade de Yale em 1971, teve como orientador James Tobin, também prêmio Nobel de Economia em 1981 e conhecido por sua ideia de taxar as transações financeiras internacionais.

Yellen voltou em 1980 a docência na Universidade de Califórnia, em Berkeley, até que o presidente democrata Bill Clinton a escolheu para ser uma das diretoras do Fed, em 1994.

Aliada de Bernanke, em 1997 Clinton a pediu para liderar o círculo de assessores econômicos da Casa Branca até 1999. Yellen volta em 2004 ao Federal Reserve, onde preside o braço regional de São Francisco até 2010.

Ela recebeu algumas críticas por não ter alertado sobre a bolha imobiliária em uma região que engloba Califórnia, Nevada e Arizona, estados que estiveram no centro do desastre dos empréstimos de risco (subprime).

"Tínhamos uma compreensão total das fragilidades do sistema de títulos e da forma como isso afetaria o sistema financeiro em seu conjunto? Não", admitiu mais tarde diante de uma comissão criada pelas autoridades para compreender a crise financeira de 2008.

Contudo, a partir do final de 2007, foi uma das primeiras no Fomc a diagnosticar que "as possibilidades de um estrangulamento do crédito e de que a economia caísse em recessão eram cada vez mais reais".

No verão de 2009, seu nome é citado pela primeira vez para substituir Ben Bernanke, escolhido como presidente do Fed em 2006 por George W. Bush e mantido em 2010 por Obama para um segundo mandato.

Nesse mesmo ano, Janet Yellen chega à vice-presidência da diretoria do banco central. No cargo, é uma das melhores aliadas de Ben Bernanke, cuja política monetária apoia sem hesitar. "A redução do desemprego deve estar no centro das ações", repete.

Do G1, em São Paulo