Além de celulares, foram apreendidos chips e até balanças de precisão.

Agentes penitenciários conseguiram apreender 278 aparelhos de telefone celular e 340 chips desde o último dia de 2013 na Penitenciária Central do Estado (PCE), também conhecida como Presídio do Pascoal Ramos, em Cuiabá. O balanço de apreensões diz respeito às quatro últimas operações "Transparência", realizadas nos dias 31 de dezembro do ano passado, 4, 13 e 16 de janeiro deste ano.

Afastada do centro da capital, a PCE atualmente abriga uma média de 2 mil reeducandos. É considerada a maior do estado de Mato Grosso e de segurança máxima.

De acordo com o atual diretor da unidade, Roberval Ferreira Barros, as operações de vistorias foram motivadas por denúncias e serão intensificadas com a intenção de “limpar” a unidade prisional antes de serem finalmente implementadas políticas efetivas de ressocialização, como convênios com empresas que possam contar com a mão-de-obra dos presos, os quais podem até contribuir na remissão das penas.

Os principais objetos apreendidos, que promovem comunicação com o mundo exterior, são itens usados para a continuidade do envolvimento dos reeducandos com o narcotráfico mesmo presos e também poderiam ser usados em fugas, ponto principal que as operações devem prevenir.

Além dos celulares e chips de aparelhos, as últimas vistorias resultaram na apreensão de 11 cartões de memória, duas balanças de precisão, 514 litros de bebida alcoólica artesanal (muitas vezes feitas com processos rudimentares de fermentação com água ou sucos), 452 porções pequenas de cocaína, 408 porções também pequenas de maconha, 25 facas artesanais, 16 barras de ferro e diversos “chuços” (tipo de arma artesanal).

Segundo o diretor da cadeia, a suspeita é de que os objetos tenham adentrado o espaço da PCE por meio de familiares em visita ou até por meio de alguns dos próprios agentes penitenciários.

Recentemente, lembrou o diretor, alguns servidores inclusive foram presos por desvio de conduta.

Agora, além de intesificar as vistorias, a intenção é reforçar o procedimento de revista para as visitas, especialmente aos finais de semana. O número de servidores destinados às revistas deverá subir para quatro. Antes, a função ficava por conta de apenas um.

Outra forma de tornar a revista mais rigorosa e impedir a entrada de objetos ilegais é a utilização de um aparelho de raio-x para envelopes, bolsas, caixas, sacolas e demais recipientes que adentrarem a unidade. O aparelho está em manutenção mas deve começar a ser usado a partir do final da semana que vem, segundo o diretor.

Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá, é a maior unidade prisional de Mato Grosso e abriga hoje média de 2 mil reeducandos.