Governo da Tailândia propõe conselho de reforma para sair de crise

Yingluck fez uma chamada a todos os setores da sociedade tailandesa.

A primeira-ministra interina da Tailândia, Yingluck Shinawatra, propôs nesta quarta-feira (25) a criação de um conselho de reforma para melhorar o sistema político do país após as eleições de 2 de fevereiro, em uma nova tentativa de frear a atual crise política que está perto de completar os três meses.

Durante uma aparição não programada nas televisões locais, Yingluck fez uma chamada a todos os setores da sociedade tailandesa para formar o conselho.

O organismo não-governamental será formado inicialmente por dois mil representantes de todos os grupos profissionais e organizações do país, que elegerão 499 pessoas para integrar o Conselho de Reforma da Tailândia, explicou Yingluck.

"Meu governo escutou as sugestões de várias partes expressadas em várias reuniões que a Tailândia necessita uma reforma de dimensão social, política e econômica", declarou a chefe do Executivo.

Entre as tarefas deste organismo estarão "estudar e preparar propostas para modificar a Constituição", "a reestruturação econômica e social", "leis e outras regulações para assegurar a transparência do sistema eleitoral" e "a prevenção e eliminação da corrupção nas agências públicas".

A primeira-ministra tailandesa interina, que liderará o partido Puea Thai, ganhador das últimas eleições, voltou a insistir na necessidade de realizar eleições antecipadas de acordo com a Constituição vigente.

Por sua vez, os manifestantes contra o governo, que nesta terça-feira (24) abandonaram as cercanias do estádio onde os candidatos e partidos deviam comparecer para registrar-se para o pleito, ameaçaram bloquear todos os colégios eleitorais de Bangcoc no dia da votação.

"Se o governo e a Comissão Eleitoral insistem em realizar as eleições, estarão desafiando a vontade do povo", afirmou Suthep Thaugsuban, líder do maior grupo manifestante.

Suthep ameaçou alongar o bloqueio de Bangcoc até conseguir terminar com a influência na política do país do ex-primeiro-ministro, deposto em um golpe militar em 2006, Thaksin Shinawatra, irmão de Yingluck.

Os antigovernamentais rejeitam o pleito e exigem antes a formação de um conselho popular não eleito que reforme o sistema político, embora, no entanto, não esclareçam como se elegeria este órgão nem que mudanças deveria realizar.

O coletivo pretende acabar com a corrupção e erradicar a influência de Thaksin, exilado desde 2008 em Dubai onde evita uma condenação por corrupção e, segundo seus opositores, dirige o governo em favor de seus interesses.

A Tailândia se arrasta em uma grave crise política desde o golpe militar de 2006 com frequentes manifestações e protestos populares que buscam paralisar o governo de turno.

Da EFE