Os funcionários e familiares de ex-pacientes do Hospital Santa Tereza, em Guarapuava, na região central do Paraná, saíram as ruas para protestar contra o fechamento das Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) neonatal e pediátrica na sexta-feira (6).  Há uma semana, as UTIs neonatal e pediátrica pararam de receber pacientes.

Os manifestantes passaram por ruas do Centro da cidade e pararam em frente à unidade da 5ª Regional de Saúde, onde fizeram dois minutos de silêncio. O protesto seguiu em direção à casa do prefeito de Guarapuava, César Silvestri Filho (PPS), e terminou na prefeitura.

A UTI pediátrica do Hospital Santa Tereza é a única da região. Com o fechamento, os bebês que precisarem ser internados, terão de ser tranferidos para outras cidades. Porém, a UTI pediátrica mais próxima fica em um hospital de Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais do estado, a 150 km de Guarapuava.

De acordo com os funcionários do hospital, faltam materiais, equipamentos e médicos. "Na verdade, a UTI neonatal está precisando de tudo. Ela está bem precária", revela a enfermeira chefe Jaqueline Kofzalka. A UTI tem seis vagas para recém-nascidos e prematuros e quatro leitos para crianças de até 12 anos.

O diretor do hospital, Eduardo Potulski, diz que sem o apoio financeiro do governo, não há como manter as UTIs em funcionamento. "O Hospital Santa Tereza não recebe nenhum tipo de incentivo, ele não consegue fechar a conta no final do mês e o setor operacional entra em um déficit de R$ 250 mil. Como não há ninguém que financie, começam a travar as atividades", afirma.

Contudo, o chefe da 5ª Regional de Saúde, Vinicius Traiano, afirma que não é possível liberar recursos se o Ministério da Saúde não transformar o hospital em uma instituição filantrópica. “Ele está aguardando o certificado de filantropia e quem dá essa certificação é o Ministério da Saúde, que nos daria uma condição jurídica de fazer investimentos e dar repasses financeiros, como é feito no Hospital São Vicente de Paulo, que é uma casa filantrópica", explica Traiano.

G1 PR, com informações da RPC TV Guarapuava