Cinco presos pela Polícia Federal em Macapá já estão na penitenciária

PF prendeu gestor da Funasa no Amapá e ex-prefeitos do estado.

Cinco presos na Operação Citrus, realizada pela Polícia Federal (PF), na manhã desta sexta-feira (22), em Macapá, já foram encaminhados para o Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen). Entre os presos estão o superintendente local da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) José Roberto Galvão e a ex-prefeita de Laranjal do Jari, a 265 quilômetros de Macapá, Euricélia Melo Cardoso. Ela está em uma cela isolada na penitenciária feminina do Iapen. Todos vão ficar presos temporariamente por cinco dias.

O ex-prefeito de Oiapoque, a 590 quilômetros de Macapá, Aguinaldo Rocha, foi levado para o centro de custódia do referido município. Rocha também foi preso durante a operação da PF.

Todos são suspeitos de participar de um esquema de desvio de verbas públicas federais em convêncios celebrados com a Funasa, segundo a PF.

De acordo com o diretor-presidente do Iapen Nixon Kennedy, o superintendente da Funasa foi encaminhado à penitenciária com outros três presos na operação. Como cumprem prisão temporária, eles estão em celas separadas destinadas a servidores públicos.

"É uma cela padrão da penitenciária. Eles dormem em um colchão em cima de uma cama de concreto e também possuem os mesmos direitos do demais reeducandos, como banho de sol, por exemplo", descreveu Kennedy.

Entre os presos levados à penitenciária em Macapá estão um engenheiro civil, um servidor público e um perito da Polícia Técnico-Científica, segundo informou a direção do Iapen.

Operação
Todos foram presos suspeitos de desvio de R$ 45,5 milhões em recursos públicos de convênios da Funasa. Eles responderão pelos crimes de peculato, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, segundo informou a PF.

A operação Citrus da Polícia Federal cumpriu mandados de prisão, busca e apreensão nos estados do Amapá, Pará, Tocantins, Minas Gerais e no Distrito Federal. Os policiais cumpriram mandados em vários escritórios de Macapá e também na Associação dos Municípios do Estado do Amapá (Ameap), onde Euricélia Cardoso é presidente.

Em  nota, a PF disse que a "empresa que deveria supervisionar as obras de saneamento básico nos estados do Amapá, Tocantins e Rondônia foi contratada pela presidência da Funasa. O montante total desviado corresponde aos recursos pagos pelas prefeituras de Laranjal do Jari e Oiapoque à empresa executora da obra sem a correspondente contraprestação dos serviços de engenharia contratados."

A Funasa informou em nota que "os gestores municipais passam a ser responsáveis pela aplicação dos recursos repassados, assim como pela liberação dos percentuais acordados em contrato com as empresas licitadas".

Abinoan SantiagoDo G1 AP