Comissão identifica medicamentos fornecidos para mortos em Uberaba
Grupo investiga irregularidades no fornecimento de remédios do Governo.
Em Uberaba, a comissão municipal que investiga irregularidades no fornecimento judicial de medicamentos descobriu outros 20 processos ativos, com a suspeita de que os beneficiários já estejam mortos. O grupo investiga o destino dos medicamentos fornecidos pelo Governo Municipal por meio de ordem judicial, que podem estar sendo distribuídos para pessoas que não precisam mais do remédio e causando um rombo aos cofres públicos.
De acordo com o subcontrolador geral do município, Marcos Jamal, os nomes dos pacientes que estão na lista foram localizados em consulta ao site dos cemitérios. “Não posso informar que elas estão recebendo medicamentos, mas se o processo está em andamento, normalmente as farmácias de acolhimento estão fazendo a compra desse medicamento”, afirmou.
Os receituários também preocupam. Cerca de 80 ampolas de um medicamento para os olhos teriam sido indicados em outubro por uma mesma médica. O custo é de R$ 5 mil. Também foi feito um levantamento para descobrir os tipos de produtos solicitados ao munícipio. A lista inclui até protetor solar francês. Para casos como este, a comissão afirma que visitará os pacientes a partir dos próximos dias.
Entenda o caso
Uma comissão da Secretaria de Saúde de Uberaba investiga possíveis fraudes no fornecimento de medicamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Pessoas que não precisam mais do remédio, segundo o grupo, continuam recebendo.
A fraude foi descoberta por uma comissão formada por advogados e técnicos da secretaria de Saúde. Segundo o controlador do município, Marcos Jamal, as principais irregularidades estão relacionadas ao fornecimento de dietas especiais, como leite sem lactose. “Destes, de 60% a 70% estão sem a real necessidade. Isto tem sido informado para o judiciário para que cesse o fornecimento deste medicamento”, explicou.
No início deste ano eram quase 600 processos. Com a análise dos casos, a Prefeitura já conseguiu reduzir para 115 mandados judiciais. O levantamento mostra ainda que nos últimos dois anos houve um rombo milionário nos cofres da Prefeitura com o atraso na entrega dos medicamentos.
Do G1 Triângulo Mineiro
Vinte processos tem como destinatários pessoas mortas (Foto: Reprodução / TV Integração)
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