Intenção do PP é conquistar mais espaço no ministério do governo Dilma.
O líder na Câmara do recém-criado Partido Republicano da Ordem Social (PROS), Givaldo Carimbão, anunciou nesta terça-feira (5), no plenário, que o partido formará um bloco com o Partido Progressista (PP).
Criado em setembro após decisão favorável do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o PROS conta com 17 representantes na Câmara, conforme última atualização da Casa. Já o PP, com 40 parlamentares, é o quarto maior partido da Casa, atrás somente de PT (88 deputados), PMDB (76) e PSDB (46).
Teremos a terceira maior bancada da Câmara dos Deputados. Queremos uma agenda programática"
Givaldo Carimbão,
líder do PROS
Com a união, o novo bloco será composto por 57 deputados e se tornará a terceira maior bancada.
"Teremos a terceira maior bancada da Câmara dos Deputados. Queremos uma agenda programática. O PROS tem proposta de redução de impostos sem redução de receitas nos estados", afirmou Carimbão.
A formação de blocos na Câmara não garante o aumento de representação das siglas nas comissões da Casa nem possibilita o aumento de cargos. No entanto, contribui para o posicionamento dos partidos em plenário durante a votação. Quanto maior o número de representantes de um bloco, mais tempo o líder tem para falar no plenário e mais sugestões de alterações aos projetos de lei (destaques) podem ser apresentados.
O importante é que a gente forma esse bloco para trabalhar com a presidenta Dilma"
Eduardo da Fonte,
líder do PP
De acordo com o líder do PP na Casa Eduardo da Fonte (PE), o novo bloco não busca garantir cargos, mas fortalecer o posicionamento favorável á presidente Dilma Rousseff. "O importante é que a gente forma esse bloco para trabalhar com a presidenta Dilma, buscando entre os dois partidos uma convergência em alguns pontos para que a gente possa defender em conjunto no plenário", declarou da Fonte.
Com o fortalecimento do apoio à Presidência da República, o PP quer garantir o comando de mais um ministério. Em entrevista ao G1 em outubro, o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), disse ver “identificação total” entre integrantes do partido e do PROS no objetivo de apoiar o governo Dilma.
"São pessoas que têm identificação muito forte. A nossa bancada do PP no Ceará é muito ligada ao governador Cid Gomes (ex-PSB e atual PROS), que esteve muito próximo de se filiar ao PP. Existe identificação total. Os dois partidos querem apoiar a presidente Dilma”, afirmou.
Ministério
A formação de um bloco com o PROS faz parte da estratégia do PP de ampliar o espaço nos ministérios do governo da presidente Dilma Rousseff. Atualmente, o partido detém o Ministério das Cidades – o ministro é o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
Segundo Ciro Nogueira (PI), a intenção é ocupar o espaço deixado pelo PSB, que no último mês anunciou a entrega de todos os cargos que ocupa no governo federal. O PSB pretende lançar para presidente da República, para concorrer contra a presidente Dilma Rousseff, o presidente da sigla, o governador Eduardo Campos (PSB-PE).
“O PP tem sido o partido mais fiel ao governo. Há discussão no PP pelo crescimento. Estamos pleiteando mais um ministério, em especial o da Integração”, disse Nogueira ao G1 em outubro. A pasta era chefiada até o último dia 1º por Fernando Bezerra, do PSB.
Nathalia Passarinho e Felipe NériDo G1, em Brasília
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