Volume representa cerca de 3/4 da produção nacional atual.

A produção diária de pico da área de Libra pode chegar a 1,4 milhão de barris, após 10 a 15 anos da assinatura do contrato do leilão, disse a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, nesta quinta-feira (17). Este volume representa cerca de 3/4 da produção nacional atual.

Até o momento, estimava-se uma produção de pico de 1 milhão de barris de óleo por dia (bpd), aproximadamente. O leilão de Libra, previsto para ocorrer na próxima segunda-feira (21), será o primeiro a conceder áreas para exploração de petróleo e gás natural na região do pré-sal sob o regime de partilha de produção,

A declaração de Magda foi feita durante cerimônia de posse de Waldyr Barroso na diretoria da Agência Nacional do Petróleo (ANP), que ocorre nesta quinta, no Rio de Janeiro.

Magda comentou com jornalistas que, pessoalmente, não recomenda a realização de novos leilões no próximo ano. Segundo ela, 2014 será hora de estudar novos projetos. “Não estou preocupada com a anuidade do leilão, mas com boas áreas para licitar”, disse.

Ao comentar o atual momento político do Rio de Janeiro, a diretora-geral da ANP afirmou que o governo está preparado e que “não há a menor hipótese de que o leilão seja cancelado por causa disso [possibilidade de manifestação]”.

“É uma tradição [haver] alguns protestos. Essas pessoas têm um desejo monopolista e essa não é a lei do país”, comentou.

Mantega
Durante balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), nesta quinta, em Brasília, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que os investimentos no campo de petróleo de Libra chegarão a US$ 181,8 bilhões em 35 anos.

Ele informou que, para os próximos dez anos, entre 2014 e 2025, a expectativa de investimentos somente no campo de Libra é de US$ 80 bilhões. Está prevista, somente para este campo, a necessidade de uso de 12 a 15 plataformas de petróleo – uma vez que o volume estimado de óleo recuperável é de 8 a 12 bilhões de barris.

Greve
Na noite de quarta-feira, trabalhadores de áreas operacionais da Petrobras, além dos petroleiros do setor administrativo e trabalhadores terceirizados que atuam nas refinarias, terminais, plataformas, campos de produção e demais unidades operacionais das bases da Federação Única dos Petroleiros (FUP) entraram em greve.

Os profissionais pedem a suspensão do leilão de Libra. A greve, aprovada por tempo indeterminado, quer impedir que os campos sejam gerenciados por empresas privadas.

Waldyr Barroso
O novo diretor da ANP Waldyr Barroso, que tomou posse nesta quinta-feira, trabalhou na Petrobras de 1986 a 2002. Ele é graduado em engenharia mecânica, mestre em ciências e especialista em engenharia do petróleo.

Na área acadêmica, Waldyr Barroso atua como professor colaborador do curso de pós-graduação executiva em Petróleo e Gás da Coppe/UFRJ e professor colaborador do curso de especialização em Petróleo e Gás Natural da Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (Ceperj).

A nomeação do novo diretor da ANP foi publicada no "Diário Oficial da União" no dia 1º de outubro.

Waldyr Barroso tomou posso como diretor da ANP nesta quinta-feira (17), no Rio (Foto: Mariucha Machado/G1)

Mariucha MachadoDo G1, no Rio de Janeiro