Ela diz que pode continuar se acorrentado, se não for operada.

Após se acorrentar em hospital e Prefeitura de Joinville para protestar, Rosevelde Silva deve passar por cirurgia. A mulher se acorrentou durante dois dias ao portão do Hospital Regional de Joinville, e na manhã desta terça (15) ficou acorrentada por quase quatro horas em frente à Prefeitura municipal. Segundo Rosevelde, o prefeito convocou uma reunião de emergência e ela foi encaminhada ao hospital para avaliação. A promessa é que a aposentada de 55 anos passe por cirurgia nas próximas 48 horas.

“Entrei numa guerra para não perder”, diz Rosevelde. Segundo ela, as dores no quadril e joelho são constantes, após uma queda em um ônibus. Ela sofre de osteoporose há sete anos. Há aproximadamente um ano ela se aposentou por invalidez devido às dores e à dificuldade de andar e anda com auxilio de uma muleta. Ela está na espera por uma cirurgia no hospital Regional. De acordo com Roselvelde, todos os exames pré-operatórios já foram realizados.

“Entrei em desespero e achei que essa foi a melhor opção para chamar a atenção. Se for preciso, eu vou para o Centro, em frente ao shopping”, conta Rosevelde. Na sexta-feira (11), após ficar durante o dia todo em frente ao hospital, ela foi atendida e remédios foram indicados para amenizar as dores, mas Rosevelde alega que são caros. “Eu não vou arredar o pé enquanto não conseguir a cirurgia”, comenta.

Durante os dois dias e meio acorrentada, Rosevelde diz que recebeu muitas palavras de apoio, principalmente dos jovens, que batem foto e conversam. “Os jovens fizeram a diferença na minha vida nesses três dias”, completa Rosevelde.

O prefeito Udo Döhler convocou uma reunião de emergência com o secretário de Saúde e o diretor do Hospital São José. Toda a documentação médica da dona de casa foi analisada, e depois a cirurgia foi confirmada. "Dentro do dossiê nós percebemos que já havia uma autorização para a realização da cirurgia. Não poderíamos permitir que se quebrasse aí. Nos próximos dias a cirurgia deve acontecer", afirma.

Cerca de oito mil pessoas aguardam por cirurgia, de acordo com a Defensoria Pública da União. No mês passado, quase metade da equipe de ortopedistas do Hospital São José pediu demissão.

Do G1 SC