PARALISAÇÃO PARCIAL: Bancos privados têm sido menos afetados
Uma série de serviços permanece prejudicada no Estado, a exemplo da realização de depósitos bancários
Fortaleza/São Paulo. Completando hoje 21 dias, a greve dos bancários permanece como motivo de dor de cabeça a milhares de cearenses, sobretudo àqueles que precisam dos bancos públicos. Nas instituições privadas, os transtornos, de modo geral, têm sido menores, embora serviços como depósitos e transferências entre bancos também estejam sendo afetados. Conforme divulgou ontem o Sindicato dos Bancários do Ceará (Seeb/CE), 390 das 507 agências bancárias do Estado estavam fechadas ontem.
Em uma das unidades abertas na tarde ontem - do Bradesco, na Avenida Antônio Sales -, o empresário Bruno Pitombeira era um dos usuários que manifestavam incômodo com a paralisação. No caso de Pitombeira, os inconvenientes sofridos com a greve não se resumiram à perda de tempo em busca de agências abertas, mas também representaram prejuízo financeiro.
Por não conseguir fazer uma transferência entre dois outros bancos, relatou o empresário, teve de pagar juros referentes a dois dias de atraso.
Impacto no comércio
"Meu filho tem um comércio e não está tendo as vendas que estava esperando com o Dia da Criança", comentou a aposentada Helena Peixoto. Embora não se sinta fortemente prejudicada pela greve, a aposentada disse ter observado várias pessoas relatando dificuldades nos últimos dias. A falta de envelopes em várias agências, exemplificou, tem sido um dos transtornos.
Para o assessor jurídico da Associação dos Bancos do Ceará (Abance), Lúcio Paiva, a maior parte das agências bancárias do Estado tem funcionado, apesar de interrupções em determinados dias ou horários, dependendo da movimentação dos grevistas. Para Paiva, o principal prejuízo da paralisação tem sido a dificuldade de aposentados para conseguir o benefício. Outros usuários, como grandes empresas, disse, têm conseguido realizar os serviços desejados, sobretudo pela internet.
Instituições públicas
Segundo o Seeb/CE, a greve, no Ceará, está com 100% de adesão na Caixa Econômica Federal em Fortaleza. No caso do Banco do Brasil, informou o sindicato, a paralisação é de 91% na Capital e de 100% no Interior. Quanto ao Banco do Nordeste (BNB), o Seeb afirmou que há 85,7% de adesão em Fortaleza e de 100% nas outras cidades.
Uma nova assembleia da categoria está marcada para amanhã, às 17h. Ontem, os bancários cearenses realizaram uma doação coletiva de sangue, no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce).
A reportagem questionou ontem diversos bancos privados sobre a adesão à greve e sobre que serviços estavam sendo prejudicados. As instituições, entretanto, não comentaram o assunto.
Em todo o Brasil, de acordo com o Comando Nacional dos Bancários, foram fechadas 11.717 agências e centros administrativos de bancos privados e públicos. Conforme o Banco Central, o Brasil possui 22.630 agências em funcionamento.
Um dos bancos com agências abertas é o Bradesco. Na tarde de ontem, a unidade localizada na Avenida Antônio Sales estava funcionando Foto: Helosa Araújo
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