Especialistas começam a destruir arsenal químico da Síria

Destruição faz parte de acordo firmado entre Rússia e EUA.

Uma equipe de especialistas em desarmamento começou o processo de destruição das armas químicas da Síria e das instalações de produção neste domingo (6), informou à France Presse uma fonte da missão internacional.

A fonte destacou que os membros da missão conjunta da ONU e da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) "partiram para um local onde estão começando a verificação e destruição" das armas.

"Hoje é o primeiro dia da destruição. Veículos pesados passarão por cima e destruirão ogivas de mísseis e bombas químicas, assim como unidades móveis e fixas e outros equipamentos", afirmou a fonte, que pediu anonimato.

Uma fonte da Opaq em Haia havia afirmado em 29 de setembro que seriam utilizados "métodos expeditivos" em um primeiro momento para assegurar que as instalações não poderiam ser utilizadas nunca mais, um passo prévio ao uso de métodos mais limpos e duradouros para finalizar a destruição dos locais.

Entre os "métodos expeditivos" estão "destruir algumas coisas com uma maça", "passar um tanque por cima" ou "utilizar explosivos", afirmou a fonte da Opaq.

"Estes métodos não reúnem os critérios da Convenção (sobre armas químicas), então, mais tarde, poderíamos utilizar outros métodos", destacou a mesma fonte.

Os inspetores chegaram a Damasco na terça-feira para iniciar o processo de verificação dos detalhes do programa químico divulgados pelo governo sírio.

"A primeira fase, a divulgação pelos sírios, terminou e agora passamos à fase dois, a verificação, destruição e desativação", disse a fonte da missão.

A equipe tem a missão de aplicar uma resolução do Conselho de Segurança, a primeira votação sobre o conflito sírio produzida após o acordo entre Moscou e Washington que prevê o desarmamento químico do país até meados de 2014.

Neste domingo, a imprensa alemã afirma que o Irã autorizou o regime sírio a utilizar suas bases aéreas para proteger seus aviões de combate no caso de um ataque estrangeiros, segundo um relatório do serviço de inteligência germânico.

O site da "Spiegel" informa que o relatório destaca os fortes vínculos militares entre Damasco e Teerã, que vai além do envio de tropas de elite da Guarda Revolucionária iraniana para apoiar as forças do presidente sírio Bashar al-Assad.

O documento destaca que uma fonte revelou um acordo militar entre Síria e Irã, de novembro de 2012, que permitiu a Assad "proteger grande parte de sua força aérea em território iraniano e usá-la quando necessário", segundo a "Spiegel"

Soldados leais ao governo sírio guardam posição em Tartus, na costa do país, neste sábado (5) (Foto: AFP)

Da AFP