Procedimento inédito em Goiás durou 15 horas e reuniu 11 médicos.

Primeira pessoa a passar por uma cirurgia de reconstrução facial em Goiás, o iluminador Samuel Rosa Rodrigues, de 20 anos, se recupera bem. O rapaz, que teve o rosto desfigurado por um rojão durante um show, recebeu alta na segunda-feira (30), após passar 14 dias internado no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG), onde o procedimento foi realizado.

Em casa, ele recebe o carinho dos pais, mata a saudade dos amigos com a ajuda da internet e se mostra otimista. "Se tudo der certo, daqui a alguns dias eu já recupero a minha estética", diz.

O jovem fala com alguma dificuldade, mas diz que não sente dor. Ele espera em breve poder fazer o que mais gosta: "Quero poder cantar, trabalhar. Ter de volta a minha vida, a minha rotina".

Após a cirurgia, a família de Samuel diz que só tem a agradecer."Foi uma operação difícil e os médicos se dispuseram a cuidar do Samuel. Então, para mim, é muito gratificante", diz a mãe, Geni Rodrigues.

"Eu me sinto muito honrado. A gente vem de uma família humilde, mas de uma família que sempre lutou. Ao ponto que meu, quando aconteceu esse acidente, ele estava alí trabalhando, aos 19 anos, no primeiro emprego", diz o pai, José Rosa Rodrigues.

Samuel teve o rosto desfigurado ao ser atingido por um fogo de artifício, há cerca de 10 meses. O acidente aconteceu enquanto ele trabalhava em um show em Caldas Novas, no sul goiano.

Cirurgia
A operação de Samuel durou 15 horas. Onze médicos realizaram um transplante autológico, ou seja, uma parte do corpo do paciente foi usada para repor o vazio no rosto do rapaz. No procedimento, ele teve parte do osso e da pele de uma perna retirados. Os tecidos foram usados para reconstruir a boca e a parte superior direita da face.

O procedimento de alta complexidade foi possível com a ajuda de microscópio. "Para você ter uma ideia, a linha que a gente usa é mais fina que um fio de cabelo", explicou o cirurgião plástico Carlos Gustavo Lemos.

"A cirurgia foi ótima, deu tudo certo" comemora Lemos. Segundo e especialista, a preocupação principal era com os sete primeiros dias após a operação, por causa do risco de obstrução da artéria e veias emendadas.

Segundo o médico, esse é só o início do tratamento que deve durar dois anos. O paciente ainda passará por uma série de cirurgias, mas essa foi a principal.

Em casa, Samuel Rosa Rodrigues diz não sentir dor e passa bem (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Do G1 GO, com informações da TV Anhanguera