DF - Polícia apreende três jovens suspeitos de nove homicídios
Assassinatos ocorreram entre 2011 e setembro deste ano, afirma a polícia.
A Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA 1) de Brasília apreendeu três rapazes apontados pela morte de nove pessoas no Distrito Federal entre dezembro de 2011 e setembro deste ano. De acordo com a polícia, os crimes ocorreram com uso de arma de fogo e por motivo fútil e estavam relacionados ao tráfico de drogas.
Segundo a polícia, um dos suspeitos comemorava os crimes em um forró. "Num depoimento, o adolescente fala que foi para o forró perto das casinhas [área próxima ao lixão da Estrutural] e que nesse forró só tinha matador. (...) Ele disse que foi logo após ter cometido um dos homicidios, para comemorar", disse a delegada-chefe da DCA 1, Mônica Ferreira.
O jovem, que já completou 18 anos, confessou ter matado, entre dezembro de 2011 e maio de 2012, cinco pessoas, incluindo dois irmãos, disse a polícia. Um dos irmãos foi morto porque "olhou feio" para o jovem, disse a delegada Mônica Ferreira. O outro irmão, por causa de um tênis e uma corrente. Ele é apontado ainda pela morte de mais duas pessoas, que ele não confessou ter assassinado, de acordo com a polícia.
Num depoimento, o adolescente fala que foi para o forró perto das casinhas [área próxima ao lixão da Estrutural] e que nesse forró só tinha matador. (...) Ele disse que foi logo após ter cometido um dos homicidios, para comemorar"
Delegada-chefe da DCA 1, Mônica Ferreira
O assassino fugiu para o Nordeste depois do crime, mas foi apreendido quando retornou ao DF. A delegada-chefe disse que o rapaz, mesmo já maior de idade, foi levado para o Caje. Lá, ele vai ficar numa cela destinada para adultos.
O segundo jovem suspeito de assassinato, de 16 anos, foi preso na última sexta-feira (13) à noite também na Estrutural. Ele é acusado de atear fogo numa mulher em uma rua na Estrutural por volta das 19h30 do dia 14 de agosto deste ano.
A vítima, usuária de crack, foi levada para o hospital e morreu 27 dias depois. Nesse período, testemunhas deram informações que ajudaram a polícia a chegar até o menor infrator. Ele jogou álcool na mulher e ateou fogo por uma dívida de R$ 20.
O terceiro suspeito de homicídio foi preso no último dia 10 de setembro, no Núcleo Bandeirante. Ele é apontado pela morte a tiros de um rapaz de 24 anos que trabalhava como montador de esquadrilhas de alumínio. O adolescente chegou de bicicleta na Vila Cauí, onde o crime ocorreu, e atirou na vítima.
Prazo curto
A delegada-chefe da DCA 1 considera que o prazo para se manter atrás das celas adolescentes responsáveis por homicídios e outros crimes é muito curto.
"Geralmente, em casos de atos infracionais cometidos mediante grave ameaça nós pedimos a internação imediata do adolescente", afirmou. "O prazo para essa internação provisória é de 45 dias. E seria ideal que nesse período o adolescente fosse sentenciado. Mas muitas vezes isso não ocorre e o adolescente é solto", disse a policial.
Segundo Mônica Ferreira, é no prazo de internação que os policiais precisam concluir todo o inquérito de investigação, emitir laudos periciais, além de ouvir testemunhas.
Ricardo MoreiraDo G1 DF
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