Luxo é indutor de geração de emprego e capacitação
PROMISSOR
Fortalecer e aumentar as oportunidades para o segmento do luxo no Brasil é entender que mais empregos serão gerados, trazendo mais desenvolvimento e capacitação diferenciada de mão de obra. Esta e outras reflexões serão apresentadas por Carlos Ferreirinha, presidente da MCF Consultoria, durante o curso "O Negócio do Luxo", que ocorrerá nos próximos dias 25 e 26 de setembro, na Universidade de Fortaleza (Unifor).
Referência no tema em toda a América Latina, Ferreirinha fala por que esse mercado vem crescendo mesmo diante da fragilidade econômica mundial, além de apontar Fortaleza como uma cidade com potencial para o consumo de produtos sofisticados.
"O consumo de luxo está associado ao consumo emocional e não racional. Relaciona-se com o prazer, o desejo, as sensações. Assim, tende a manter ritmos de crescimento e expansão diferenciados e maiores. É importante, porém, mencionar que esse mercado também tem sofrido com a crise financeira mundial, mas, mesmo assim, vem ganhando velocidade nas economias mais novas e mais emergentes no consumo como um todo", afirma Carlos Ferreirinha.
Perfil do luxo
Ele aponta que, dentre as características próprias de um produto de luxo, estão: qualidade resolvida, foco nos detalhes, traços de originalidade, tradição desenhada, beleza estratégica construída e visão imperativa excepcional por parte das empresas que atuam no segmento.
"Dizemos que nem todas as marcas e empresas podem ou deveriam ser de luxo, mas todas, de qualquer atividade, podem aprender com as ferramentas de gestão do luxo", destaca.
Ferreirinha conceitua luxo como o patamar máximo da excelência e do excepcional de marcas, por meio dos seus produtos e/ou serviços.
Assim como acontece no cenário mundial, no Brasil, as marcas ícones são as que gozam de maior prestígio e desejo, como Ferrari, Louis Vuitton, Gucci, Prada, Hermès, Chanel, Burberry, Montblanc, Louboutin, Valentino e Hugo Boss, por exemplo.
Réplicas
Em relação às réplicas e falsificações, Carlos Ferreirinha entende que esse fenômeno está diretamente ligado à amplitude e ao reconhecimento da marca. Embora entenda que a pirataria não afasta o consumidor da marca - uma vez que os produtos falsificados não são comprados por clientes potenciais das marcas de luxo - diz que isso é um desafio para as empresas, que precisam gerenciar riscos, mudando o produto, inovando, incrementando matéria-prima e códigos de diferenciação.
Por outro lado, considera que estamos na era da democratização do acesso ao luxo - mas não popularização - pois um número cada vez maior de consumidores está tendo acesso a produtos e serviços do segmento, fato relacionado à expansão da sociedade de consumo como um todo. "A elite é um código fundamental para o consumo de luxo e vem se fortalecendo no Brasil e no mundo", aponta.
Fortaleza
Questionado sobre um possível crescimento no mercado de luxo brasileiro, com a realização da Copa do Mundo de 2014, Carlos Ferreirinha acredita que o impacto do evento esportivo não será tão grande. "Nem todas as cidade do País podem atrair as principais marcas ao mesmo tempo. Não é assim também na França, nos Estados Unidos e nem na Itália, por exemplo", fala.
No que se refere ao potencial de Fortaleza para o mercado de luxo, Ferreirinha é otimista. Para ele, alguns setores terão uma expansão acelerada e importante em Fortaleza, como beleza, bebidas, acessórios, hotelaria e gastronomia, dentre outros.
´Ousadia´
Por isso, Ferreirinha ressalta a iniciativa da Unifor de promover o curso "O Negócio de Luxo". "Trabalho com o setor há mais de 20 anos. Nosso curso é, acima de tudo, pautado para inspirar com os participantes os códigos relevantes da diferenciação da gestão do luxo que pode ser usado por todos. Fiquei impressionado com a ousadia e inovação da Unifor. Felizes daqueles que se antecedem em iniciativas como essa", conclui.
Perfil
Com currículo extenso, Carlos Ferreirinha atua desde 1987 nas áreas de gestão de operações, desenvolvimento de negócios, marketing, vendas e comunicação. No Brasil, foi executivo de empresas como EDS/HP (Electronic Data Systems) e Louis Vuitton, pela qual também atuou como executivo em 10 países latino-americanos. Ferreirinha é colunista das revistas Summus (Colômbia), Black Card, Expressions, No Varejo e Versatille.
Referência na América Latina no que diz respeito ao mercado de luxo, Carlos Ferreirinha é otimista em relação à expansão do setor em Fortaleza, sobretudo em áreas como beleza, bebidas, acessórios, hotelaria e gastronomia FOTO: DIVULGAÇÃO
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