Crato. A falta de regularidade na coleta de resíduos sólidos domiciliares, bem como a existência de problemas no abastecimento de água em algumas regiões, tem causado diversos aborrecimentos aos moradores de bairros tradicionais da sede deste município. O acúmulo do lixo em plena via pública, segundo populares, além de produzir mau cheiro, também tem feito surgir uma maior quantidade de mosquitos, ratos e baratas.
No bairro do Seminário, por exemplo, sacolas de lixo domiciliar se acumulam nas calçadas e, até mesmo, nas pistas de rolamento das vias públicas. "O lixo está dando na canela", diz a dona de casa Maria de Lourdes do Nascimento, que reside na Rua Diógenes Frazão.
Segundo ela, "o caminhão de lixo não tem dia, muito menos hora para fazer o recolhimento das sacolas", fato que tem ocasionado uma série de dissabores a quem mora na referida artéria. Maria de Lourdes diz que, por causa do mau cheiro exalado pelas sacolas de lixo, pequenos roedores começaram a aparecer. "Quando o caminhão demora muito pra passar, a gente vê os ratos em cima das sacolas no meio da rua", afirma.
A manicure Francisca Silvino dos Anjos também reclama do atraso na coleta do lixo. "Tem dia que passa só à noite. Tem dia que eles nem aparecem. É uma bagunça só esse negócio", avalia. Ela diz que, com o aumento do lixo no meio da rua, o número de mosquitos, principalmente no fim do dia, também cresceu. "Não tem quem durma aqui na rua sem um ventilador. As muriçocas não deixam não", severa a moradora.
Falta de água
Outro problema apontado pelos moradores é a inconstância no abastecimento de água no populoso bairro. O mototaxista José Carlos Martins se mostra preocupado com a falta do abastecimento, afirmando que nos dias mais quentes o problema é ainda mais grave. "O abastecimento é caótico. A gente abre o registro e fica só pingando. Tem vezes que nem sobe água para a caixa", salienta.
Já a comerciante Fátima Lins diz que o problema dificulta, até mesmo, a ida dos filhos à escola. "Essa semana mesmo, minha filha perdeu aula porque não tinha água pra ela tomar banho", comenta ela.
Para tentar minimizar o problema ocasionado pela deficiência no abastecimento, ela diz que reserva água em baldes e recipientes. "Quando chega água, eu vou logo enchendo os baldes e o que tiver vazio pra ter alguma reserva", comenta.
A presidente da Sociedade Anônima de Água e Esgoto de Crato (Saaec), Janaina Fernandes de Oliveira, reconheceu os problemas enfrentados pelos moradores do bairro do Seminário. Conforme a responsável pelo órgão, o motivo da falta de regularidade nos abastecimentos seria a queima de um equipamento. "Houve um problema na bomba do poço da Batateira, responsável pelo abastecimento das residências região do Seminário", explicou.
A informação foi confirmada pelo diretor técnico da entidade, José Saraiva de Oliveira. Segundo ele, o reator que estava queimado já foi trocado e o abastecimento na região deverá ser normalizado nos próximos dias.
Poços
Ele, no entanto, demonstra preocupação devido à possibilidade de falta de água em outras áreas da cidade. "O problema maior é a região do Parque Granjeiro", avalia José Saraiva. Segundo ele, os poços que abastecem aquele bairro estão com vazão reduzida, devido à falta de inverno nos últimos três anos. "O volume de água no nosso lençol freático diminuiu consideravelmente por causa da seca. A redução no poço que abastece o Granjeiro, para se ter uma ideia, baixou mais de seis metros", explica o técnico.
Ao todo, 32 poços abastecem a cidade. Conforme José Saraiva, todas as máquinas ligadas a estes poços estão em plena condição de funcionamento. "O que havia de problema já foi solucionado. Agora é esperar que haja um pouquinho de sorte, também, para que chova e aumente o volume de água no lençol subterrâneo", concluiu.
Coletas
O secretário de Serviços Públicos de Crato, Antônio de Mano, disse desconhecer o problema da falta de recolhimento do lixo no bairro do Seminário.
Segundo ele, as coletas no bairro são realizadas todas as segundas, quartas e sextas-feiras, no período da tarde.
"No início da semana, um dos caminhões quebrou. Nem por isso houve paralisação no recolhimento do lixo. Disponibilizamos dois caminhões abertos para que a região não ficasse descoberta", informou.
A Prefeitura do Crato disponibiliza seis caminhões compactadores para a realização da coleta do lixo domiciliar.
Segundo o secretário, a população precisa colaborar no sentido de evitar acúmulo de lixo nas ruas da cidade. "Basta seguir o calendário de recolhimento. Se a população colaborar, com toda certeza, não haverá mais lixo espalhado em calçadas e no meio da rua", ponderou.
No bairro do Seminário, por exemplo, sacolas de lixo domiciliar se acumulam nas calçadas e, até mesmo, nas pistas de rolamento das vias públicas. Os moradores pedem providências à Prefeitura FOTO: ROBERTO CRISPIM
ROBERTO CRISPIM
COLABORADOR
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