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Várzea Alegre. Durante os festejos religiosos, de hoje, ao seu padroeiro, São Raimundo Nonato, em celebração campal em frente à Igreja Matriz, os fieis conferem uma programação social e de arte no Barracão Cultural, dentro da Festa de Agosto, realizada pela Prefeitura.
Em sua nona edição e com o tema "Várzea Alegre Canta e Encanta", o espaço criou cenários com fotos, exposições de peças e representações de figuras ilustres como os músicos Chico de Amadeu, Pedro Sousa e Zé Clementino FOTO: HONÓRIO BARBOSA
Em sua nona edição, o tema abordado no Barracão este ano é "Várzea Alegre Canta e Encanta". Todas as noites, o espaço de manifestações artísticas fica lotado. O secretário de Cultura e Turismo, Milton Bezerra, diz que o comparecimento do público é elevado e vem superando as estimativas e os eventos anteriores.
Programação
Neste ano, o Barracão Cultural diversificou nas atividades e inovou em criar cenários com fotos, exposições de peças e representações de figuras ilustres como os músicos Chico de Amadeu, Pedro Sousa, Zé Clementino, mestre Chagas e Seu Prejo.
Os cenários também são compostos por TVs que exibem documentários sobre a Banda de Música Municipal maestro José Ribeiro, a ESURD, vida de sanfoneiros, músicos e artistas locais. Crianças e adolescentes do projeto social da Casa Mãe fazem apresentações de números de dança e de canto coral.
No Barracão há espaço ainda para venda de artesanato, livros, e cordéis. O subsecretário de Cultural do município, Francisco Evanildo de Souza, avalia que a população aprovou a iniciativa. "Os cenários em homenagem aos artistas locais são atrativos para os moradores e visitantes, que ficam encantados e conhecem mais sobre a vida de personalidades locais", completa.
O compositor Zé Clementino é um dos destaques. No final dos anos de 1950, o baião que era o ritmo da moda, passa a ser substituído pelo "Iê, Iê, Iê", e pela Bossa Nova. O cantor e sanfoneiro, Luís Gonzaga, que durante a década havia feito muito sucesso com as composições de Humberto Teixeira e Zé Dantas, entra em crise. Na época, Gonzagão pensava que era o fim de sua carreira artística e até gravou a música, "A hora do Adeus". O destino quis que em 1965, o Rei do Baião se encontrasse com o funcionário público dos Correios, José Clementino, de Várzea Alegre.
Na verdade, Zé Clementino, admirador dos sucessos de Gonzagão, foi ao encontro do Rei do Baião, na cidade do Crato, na casa de Manoelito Parente. Aproveitou a oportunidade e disse que era compositor e mostrou algumas de suas composições (letra e música). Zé Clementino relembra que na época, Luís Gonzaga falou que "estava em fim de carreira".
Outro evento realizado no Barracão Cultural foi a homenagem à Banda de Música Municipal maestro José Ribeiro, que completa 100 anos, em 2013, e a cinquentenária Escola de Samba Unidos do Roçado de Dentro, agremiação de samba oriunda da zona rural.
"Essa é uma forma de reconhecimento de quem contribui com as manifestações artísticas e populares do município", destaca.
Temática
A temática do Barracão Cultural, "Várzea Alegre Canta e Encanta", foi uma sugestão do radialista e escritor Marcos Filho. O espaço foi desenvolvido pela equipe da secretaria de Cultura e Turismo, sendo a parte da decoração e cenários coordenados por Francisco Evanildo e Toinha Pereira. O prefeito Vanderlei Freire destaca o resgate e valorização da cultura que ocorre nas festividades de agosto.
"O Barracão Cultural, que durante oito anos trabalhou as raízes, a história da nossa gente, sempre nos inspira a encontrarmos novos caminhos culturais, e nesses caminhos, o talento de tantos filhos das terras de Papai Raimundo", avalia.
Honório Barbosa
Repórter
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