Ação cumpre mandados de prisão contra máfia de caça-níqueis no Rio
Vinte e duas pessoas foram presas até as 19h20 desta quarta-feira (21) em uma operação que visa cumprir 26 mandados de prisão preventiva contra pessoas envolvidas em um esquema de exploração de máquinas caça-níqueis, entre elas, nove policiais militares [leia os nomes no fim da reportagem]. Entre as prisões, 21 foram cumprimentos de mandados e uma, em flagrante, de um agente penitenciário. Eles são acusados pelos crimes de formação de quadrilha armada e corrupção ativa e passiva.
Além dos 22 presos, duas pessoas que estavam vendendo drogas em um dos locais da ação também foram detidas.
De acordo com balanço parcial da ação, divulgado pelo Ministério Público (MP-RJ), foram apreendidas mil máquinas caça-níqueis, 59 carros, R$ 500 mil em espécie, além de aparelhos digitais de identificação biométrica, notas promissórias e computadores. Um revólver e duas pistolas, 134 munições, três carregadores e uma luneta para fuzil também foram encontrados.
A operação Perigo Selvagem, realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e Polícia Militar. Entre os presos estão o tenente-coronel Marcelo Bastos Leal e o capitão Walter Colchone Netto, ambos da PM, além de outros sete policiais militares [veja a lista no fim da reportagem], quatro ex-PMs e dois agentes penitenciários.
Marcelo Bastos Leal era o responsável pela segurança da quadrilha e também recrutava outros PMs, segundo o MP. Há informações também de um desvio de R$ 700 mil na quadrilha.
A operação efetua também 76 mandados de busca e apreensão. Os acusados atuavam em Bangu, Realengo e Campo Grande, além de outros bairros da Zona Oeste, e Marechal Hermes, no Subúrbio.
A investigação começou há um ano e foi usado monitoramento ambiental, de escutas telefônicas, emails, entre outras. Segundo o MP, as pessoas que não podiam pagar a dívida, eram obrigadas a assinar uma nota promissória.
De acordo com o promotor Décio Alonso, um tenente-coronel e capitão da PM davam proteção à quadrilha de contraventores do jogo do bicho. “Eles já foram denunciados tanto na Vara Criminal de Bangu quanto na Auditoria da Justiça Militar Estadual”, afirmou o promotor.
A quadrilha utilizava as instalações da empresa Ivegê, em Bangu, de propriedade do contraventor Fernando Iggnácio, como quartel-general da quadrilha.
Segundo o comandante geral da PM, José Luís Castro, foram apreeendidos 600 máquinas caça níqueis, 500 monitores, 58 veículos, R$ 300 mil e foram cumpridos 78% dos mandados.
Todos são acusados de fazer parte do esquema de segurança de Fernando Iggnácio. A casa do contraventor, em São Conrado, Zona Sul da cidade, estava cercada por policiais por volta das 7h50 desta quarta.
A operação conta com cerca de 400 homens do MP e da Polícia Militar, com o apoio de cerca de cem viaturas e dois helicópteros.
Veja quem foram os PMs presos na operação:
- Tenente Coronel Marcelo Bastos Leal (DEP)
- Capitão Walter Colchoni (COE)
- Sargento Silvio César Lopes (Bope)
- Sargento Marcio Vieira da Silva (39º BPM)
- Sargento Antonio Carlos de Oliveira (41º BPM)
- Sargento Isaac Heleotério da Santana (18º BPM)
- Sargento Arilson Manuel Nascimento (14º BPM)
- Cabo Estevão Augusto Mancini (BPVE)
- Cabo Marcio Antonio Nascimento (22º BPM)
Até as 19h20 desta quarta-feira (21), 22 pessoas haviam sido presas.
Polícia apreendeu R$ 500 mil (Fotos:Lívia Torres/ Mariucha Machado /G1/ Jadson Marques/Parceiro/Agência O Globo)
Do G1 Rio
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