Vereador atea fogo em jornal e causa confusão na Câmara de Rio Preto
Um ato de "protesto" revoltou entidades e moradores de São José do Rio Preto (SP) nesta terça-feira (13). Em plena sessão da Câmara, o vereador Daniel Caldeira (PSL), pôs fogo no exemplar de um jornal impresso. Quem assistia a sessão repudiou o ato, que terminou em bate boca. De acordo com populares, ele teria dito que “os jornalistas deveriam se internar no Hospital Bezerra de Menezes (clínica para tratamentos psiquiátricos da cidade)”. Ele também teria proposto uma "corregedoria" para a imprensa local.
A Polícia Militar foi acionada e uma pessoa foi retirada do plenário. Por telefone, Caldeira afirmou que não temeu provocar um incêndio quando colocou fogo na publicação e que “já estava preparado”, porque levou um copo d\'água. O ato, considerado por ele como protesto, foi por conta de uma publicação veiculada no último dia 4 de agosto pelo periódico, no qual ele teria sido erroneamente acusado de envio de dinheiro ao exterior e falsificação de documentos.
Em nota, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo repudiou o comportamento do vereador, que foi considerado “hostil e descontrolado”. Segundo o órgão, “o simples fato de não concordar com o teor das informações publicadas no jornal, não significa tomar tal atitude do parlamentar desesperadora de atear fogo no periódico".
O Sindicato também se manifestou em relação à informação da “Corregedoria”. De acordo com o órgão, “não podemos aceitar atos de intimidação que fere os princípios de liberdade de expressão e de imprensa, que consta na Constituição Federal de 1988”.
Quanto à investigação feita pela Delegacia Seccional da Polícia Civil de Rio Preto, mostrada em reportagem do jornal, Caldeira disse que uma denúncia anônima quis “prejudicar o sindicado” e que ele não tem nada a temer.
O presidente do Conselho de Ética, Cesar Gelsi (PSDB), informou por meio de sua assessora de gabinete, que só poderá comentar o caso nesta quinta-feira (15) por conta de compromissos pessoais, mas o Conselho deverá analisar o caso para definir se foi ou não quebra de decoro parlamentar.
O presidente da Câmara, Paulo Pauléra (PP), disse por meio do diretor de Comunicação da Câmara, Augusto Fiorin, que não é um caso de sua responsabilidade e que cada vereador responde por seus atos.
Em nota, o Grupo Diário de Comunicação disse que "repudia a atitude do vereador e sindicalista, que é uma clara afronta aos princípios democráticos e à liberdade de imprensa. O Grupo Diário reforça que as reportagens que revoltaram o parlamentar são baseadas integralmente em investigação aberta pela Polícia Civil a pedido do Ministério Público Federal".
Vereador ateou fogo em publicação dentro da Câmara de Vereadores (Foto: Pierre Duarte / Diário da Região)
Natália ClementinDo G1 Rio Preto e Araçatuba
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