Ex-diretores da Assembleia do PR são condenados a 18 anos de prisão

A Justiça condenou dois ex-diretores da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) a 18 anos, 11 meses e 29 dias de prisão, na quinta-feira (8). A juíza Ângela Ramina, da 9ª Vara Criminal de Curitiba, considerou que José Ary Nassif e Cláudio Marques da Silva faziam parte de um esquema de desvio de dinheiro através da contratação de funcionários fantasmas pela Alep. Cabe recurso.

O esquema foi denunciado em 2010 pela série Diários Secretos, da RPC TV, e já havia resultado na condenação de outros nove envolvidos. O ex-funcionário da Alep Daor de Oliveira, preso desde de 2011 e condenado em 2012, teve a pena aumentada de 15 para 20 anos por decisão da mesma juíza, que atendeu a pedido do Ministério Público.

Nassif e Silva foram condenados por formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro, e inocentados da acusação de falsidade ideológica. Eles ainda terão de indenizar o Poder Público pelos crimes – em mais de mil multas que não tiveram o valor divulgado. Além disso, cerca de R$ 400 mil que foram apreendidos na casa de Silva serão destinados à União, e ele ainda deve perder o cargo público, segundo a decisão. Ambos os condenados ainda ficam proibidos de exercer função pública pelo período de 36 anos.

Em entrevista ao G1, o advogado de José Ary Nassif, Eurolino Reis, afirmou que ainda não teve acesso ao teor da sentença, e por isso não a comentaria. Ele ainda afirmou que irá recorrer na segunda-feira (12). “Quando se dá uma sentença, é até uma deslealdade fazer críticas públicas à decisão de um juiz. Embora, claro, eu não concorde com a sentença. Então, ou se aceita a sentença, ou se recorre – eu vou recorrer”, afirmou.

Já Marden Maues, advogado de Cláudio Marques da Silva, afirmou que já esperava uma decisão com teor semelhante. "Não causou surpresa a pena ser tão elevada, tendo em vista que desde o início ficou demonstrado, durante a instrução do processo, uma relação muito estreita entre o órgão julgador e o órgão acusador. Isso não deveria acontecer, mas, de qualquer maneira, a defesa vai recorrer à instância superior", disse.

Fernando CastroDo G1 PR