COCÓ - Desocupação resulta em manifestantes presos
Pelo menos oito manifestantes teriam sido presos, até a noite de ontem, durante os conflitos que culminaram após a desocupação do Parque do Cocó pela Guarda Municipal, na madrugada de quinta-feira (8). Enquanto sete deles foram encaminhados para o 2º Distrito Policial, durante a noite, um seguiu para o 15º Distrito Policial, na Cidade 2000, ainda pela manhã.
Dos manifestantes levados ao 2º DP, no bairro Aldeota, cinco foram autuados por lesão corporal e responderão um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), aguardando o andamento das investigações em liberdade. Um universitário de 19 anos, acusado de arremessar uma pedra que atingiu a cabeça de um guarda municipal, será indiciado por tentativa de homicídio, de acordo com a delegada Maria Cândida Brum. Outros manifestantes foram à delegacia para registrar Boletins de Ocorrência (B.O.s), alegando agressões por parte dos guardas municipais.
O homem encaminhado ao 15 º DP foi autuado por violação ao artigo 40 da Lei das Contravenções Penais: provocar tumulto ou portar-se de modo inconveniente ou desrespeitoso. Outras duas pessoas foram detidas na delegacia, mas apenas contra ele foi aberto o TCO. Todos foram liberados em seguida.
Exame
De acordo com a Guarda Municipal, um dos agentes foi ferido durante o incidente, e levado para a Perícia Forense a fim de realizar um exame de corpo de delito. Um grupo de seis manifestantes que estava acampado no local da operação, registrou B.O.s contra a Guarda por lesão corporal. Outras dez pessoas estiveram na delegacia como testemunhas.
Pelo menos quatro defensores públicos foram ao 15º DP acompanhando o grupo que registrou os B.O.s. De acordo com o defensor público e supervisor do núcleo de assessoria do preso provisório e vítimas da violência, Bruno Neves, abusos foram cometidos durante a operação, que, segundo ele, não poderia ter sido realizada sem uma ordem judicial.
"Eles deveriam requerer essa ordem e, mesmo assim, não poderiam realizar a operação à noite. Além disso, as pessoas estavam dentro de barracas, o que, para efeitos legais, caracteriza domicílio, que não pode ser invadido", alegou Neves.
Um dos detidos foi acusado de jogar pedra que feriu a cabeça de um guarda municipal, e será indiciado por tentativa de homicídio Foto: Bruno Gomes
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