SÉRIE HISTÓRICA NO ESTADO
Depois de atingir a menor marca em dez anos em 2011, dados da ANP apontou queda de 19,48% para 2012
Se em 2011 o Ceará já havia contabilizado a menor produção de petróleo em dez anos, no ano passado, o Estado obteve um resultado ainda mais negativo. Com quedas de 19,48% no total produzido nas reservas em terra e de 6,43% em mar, o desempenho cearense registrou a pior colocação de sua série histórica apontada pelo Anuário Estatístico da Agência Nacional de Petróleo (ANP) 2013, divulgado esta semana.
Somando a produção em terra e em mar, o Ceará produziu 2,37 milhões de barris de petróleo em 2012. O volume é menos que a metade do que foi alcançado em 2002, ano em que foram registrados 5 milhões de barris. Há 10 anos - em 2003, quando se alcançou o ápice da recuperação de petróleo -, o número de barris chegava a 5,41 milhões. Desde então, a produção entrou em declínio.
Menos nos poços marítimos
Apesar de a queda porcentual ter sido bem maior nos campos terrestres, foi nos marítimos onde se teve a maior perda em números absolutos, uma vez que estes representam 80% de toda a produção cearense.
Em mar, houve uma redução de 132 mil barris e, em terra, 110 mil barris. Desta forma, os 333 poços localizados fora do mar produziram 457 mil barris de petróleo e os 41 poços marinhos, 1.919 barris.
Queda natural
Os campos do Ceará possuem mais de três décadas de exploração, sendo assim chamados de maduros. A queda nos volumes é considerada natural, uma vez que não tem havido renovação, com a inclusão significativa de novos poços. O Ceará foi o Estado brasileiro com a maior redução do número de poços terrestres entre 2011 e 2012, caindo de 447 para 333, um decréscimo de 25,5%. Já quanto aos marinhos, houve um acréscimo de quatro poços - aqui, nestes campos, os números de poços são menores e a produção, maior. Entretanto, em um período de dez anos, houve uma redução de 23 deles.
Até agora, ainda, a produção marítima cearense se concentra em águas rasas, em quatro campos localizados no litoral de Paracuru. Os dois primeiros poços em águas profundas que chegaram a ser perfurados no ano passado no Estado, nos blocos BM-CE-1 e BM-CE-2, ainda estão, segundo aponta o relatório da ANP, em fase de exploração, ou seja, ainda não há produção, nem desenvolvimento desta. Os dois poços, chamados de Pecém e Canoa Quebrada (que já tiveram a divulgação de existência de indícios de petróleo e gás) estão sendo explorados pela Petrobras (com 60% de participação) e a britânica BP Energy (com os 40% restantes).
Reservas do Estado
O Ceará possui, atualmente, 62,9 milhões de barris de petróleo em reservas provadas, segundo a ANP. Destes, 46,3 milhões estão em mar e 16,6 milhões em terra. Há dez anos, o volume era superior em quase 10 milhões de barris. Já em relação às reservas de gás natural, o Estado vem em forte queda desde 2008, quando se tinham 1,02 bilhão de metros cúbicos, passando a 387 milhões de metros cúbicos em 2012.
Quanto à produção de gás no Ceará, ela caiu 72% em dez anos, passando de 100,1 milhões para 27,2 milhões de metros cúbicos. (SS)
Comentários