Investimentos do governo Federal recuam 6,9% de janeiro a junho
DE JANEIRO A JUNHO
Brasília. Os investimentos do governo federal recuaram 6,9% na primeira metade do ano, na comparação com o primeiro semestre do ano passado, se descontada a inflação do período. A queda aconteceu a despeito de a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sempre insistirem que os gastos com investimentos são prioritários.
Em termos nominais, essa despesa cresceu apenas 1% na primeira metade de 2013, ante o mesmo período do ano passado, somando R$ 33,2 bilhões. O crescimento é bem inferior ao ritmo de expansão das despesas, em geral, que aumentaram 12,9%, em igual período, para R$ 428,4 bilhões. Em termos reais, a despesa total cresceu 4%.
Burocracia
Segundo o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, o desempenho fraco dos investimentos em relação ao resto das despesas se deve a dificuldades processuais, como lentidão das licitações e do licenciamento ambiental. Além disso, ele disse que o processo eleitoral provoca uma antecipação de investimentos, o que aconteceu em 2012, criando uma base de comparação mais elevada na primeira metade daquele ano.
O secretário justificou ainda, que os investimentos foram afetados em julho, por causa da greve no Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), mas voltarão a crescer ao longo do semestre.
"Nós não contingenciamos investimento", disse Augustin. Sobre o aumento das despesas de custeio, o secretário destacou que ele está concentrado em recursos para educação, saúde e programas sociais, tendo, portanto, "efeito econômico positivo" para o País.
Ainda segundo ele, a tendência de expansão maior do investimento está mantida. Conforme explicou, isso ocorrerá tanto porque os investimentos voltarão a se acelerar como os gastos de custeio diminuirão o ritmo de crescimento no segundo semestre. "As duas coisas vão acontecer. O custeio vai desacelerar e os investimentos vão aumentar até que o crescimento das duas despesas venha a convergir, num primeiro momento. Depois, os investimentos vão se expandir em ritmo maior que o custeio", aposta o secretário.
Receitas em queda
A expansão dos gastos do governo não foi acompanhada do aumento das receitas, que recuaram 0,9% em termos reais no primeiro semestre. Com isso, o valor economizado pelo governo, o chamado superávit primário, caiu 28%, no período, para R$ 34,4 bilhões. Na primeira metade de 2012, o valor estava em R$ 48 bilhões.
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