\'CPIs serviram para desmoralizar a Câmara de Manaus\', diz Artur Neto
Prefeito Artur Neto afirmou que a CPI serviria apenas para palanque de veredores, que pretendem se eleger deputado estadual
O prefeito de Manaus Artur Virgílio Neto (PSDB) declarou que é contrário à implantação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o transporte coletivo público da capital. A proposta foi sugerida a uma comissão de vereadores Câmara Municipal de Manaus (CMM) por integrantes do Movimento Passe Livre (MPL), na última quinta-feira (18). O chefe do executivo questionou a eficácia das investigações na CMM e afirmou que "as últimas CPIs serviram apenas para desmoralizar a Câmara".
Para Artur Neto, uma possível criação CPI para investigar o transporte teria o foco eleitoral. "As últimas CPIs que apareceram na Câmara, qual foi o resultado prático? É perturbar agora. Isso é ideia de dois ou três vereadores que querem se eleger deputados estaduais. Porém, para se eleger deputado é preciso ter voto, caminhando e falando com as pessoas. Vejo que a maioria não é a favor dessa CPI. Acho que é perda de tempo e ela sempre está ligada um pouco a hipocrisia", enfatizou.
O prefeito disse que considera o momento inapropriado para implantação da CPI, pois a Prefeitura iniciou o processo de intervenção no sistema municipal, que atualmente é gerenciado pelo Sindicato dos Rodoviários, das Empresas de Transporte de Manaus (Sinetram).
"Estamos tomando atitudes, quebrando a caixa-preta do Sinetram e eu reduzi a tarifa, estou intervindo na empresa Global, que possui R$ 14 milhões de dívidas com FGTS. Estou tomando atitudes duras e novas virão por aí. Então para quê CPI? A CPI é um remédio que às vezes dar certo ou não. Depois da CPI do Mensalão qual foi que vimos funcionar neste país?", questionou Artur.
De acordo com o prefeito, não há motivos para paralisação dos transportes coletivos em Manaus. Ele explicou que ações para sanar as dívidas de FGTS dos rodoviários estão sendo realizadas. "Com a câmara de compensação que instalei, cinco das dez empresas que operam no setor ajudaram as outras cinco, repassando dinheiro do incentivo dado pela prefeitura e pelo estado. Esses recursos terão que ir diretamente para o pagamento do FGTS, a empresa que descumprir poderá sofrer cassação de linha", frisou Artur Neto.
O prefeito ressaltou que as empresas terão 180 meses para pagar com juros baixos concedidos pela Caixa Econômica.
Abastecimento de água
O abastecimento de água da capital é uma das questões consideradas prioritárias pelo prefeito. Dentre as medidas anunciadas para solucionar os problemas do serviço, a prefeitura iniciou em abril uma auditoria na concessionária Manaus Ambiental, que, segundo Artur Neto, o relatório com resultados ainda não foi concluído.
Paralelo ao trabalho de análise de dados e contas da Manaus Ambiental, a prefeitura firmou acordo com o Governo do Amazonas em relação à ativação do Programa Águas para Manaus (Proama). A expectativa que até o final do ano a água chegue às residências de 500 mil pessoas nas Zonas Norte e Leste da capital, que sofrem atualmente com problemas no serviço.
"A antiga Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama) está operando. A empresa Manaus Ambiental, que tinha obrigação de fazer as ligações antes, iniciou o serviço. Vamos entrar com Proama em ação no final de agosto ou início de setembro. Pretendemos conseguir solucionar o problema total da água na Zona Norte até dezembro e Zona Leste até março do ano que vem", destacou o prefeito.
Ordenação do Centro
A Câmara Municipal de Manaus aprovou nesta quarta-feira (17), em regime de urgência, o Projeto de Lei (PL) que ordena camelôs. A proposta aprovada pelos vereadores prevê a implantação dos Centros de Comércio Popular (CCPs) destinados aos comerciantes e prestadores de serviços ambulantes na capital. Incentivos fiscais aos camelôs instalados nos CCPs também foi aprovado. Projetos agora dependem da sanção do Executivo Municipal. O prefeito Artur Neto afirmou que irá sancionar os dois projetos de lei.
"Esses projetos irão beneficiar os camelôs, sendo que a maioria quer sair da chuva, das ruas e da dependência de agiotas para ter uma lojinha, que terá um aluguel de R$ 425 cada. Isso menos que o camelô paga para não deixar roubar a mercadoria dele. Nenhum imposto municipal será cobrado deles durante dez anos, se precisa essa medida poderá prorrogada pelo próximo prefeito. Essa medida fará com que eles se capitalizem", avaliou Artur Neto.
Adneison SeverianoDo G1 AM
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