Índios, PMs e estudantes ocupam entorno da estação da Linha Sul em protesto

Enquanto ocorria a solenidade de inauguração da estação José de Alencar, da Linha Sul do Metrô de Fortaleza, no Centro, cerca de 500 pessoas realizaram uma manifestação no entorno por diversas causas, durante a manhã desta quinta-feira (18). 

Indígenas, bombeiros, policiais militares, estudantes, metroviários, profissionais da saúde, religiosos e curiosos se concentraram no local. Entre as reivindicações, cerca de 150 índios de diversas etnias cobraram a demarcação das terras indígenas e exibiam faixas contra os ruralistas. De acordo com o líder indígena Kauã Pitaguary, "23 áreas indígenas esperam por demarcação só no Ceará".

Um pequeno grupo de bombeiros e policiais protestou contra a expulsão de militares que participaram da greve em janeiro de 2012 e de outras reuniões reivindicatórias. O ex-soldado Rafael Lima fez um protesto inusitado. Acorrentado e amordaçado, ele exibiu condecorações e uma placa recebida da Organização das Nações Unidas por esforços durante a missão de paz no Haiti, da qual o militar participou.

Jovens anarquistas, ligados a partidos de esquerda, ou ao movimento estudantil gritarampalavras de ordem contra os governos estadual e federal, incluindo o governador Cid Gomes e a presidente Dilma Rousseff. Eles também protestaram contra as forças policiais. A propósito, para evitar que os manifestantes tivessem acesso ao local onde ocorria a solenidade, a Polícia Militar organizou uma barreira com grades em frente às duas entradas da estação. 

Ainda durante a cerimônia de inauguração, o protesto ficou tenso, do lado de fora, com alguns manifestantes tentando ultrapassar as barreiras de segurança montadas pelas forças de segurança. Algumas garrafas foram arremessadas e equipes da imprensa foram hostilizadas e impedidas de sair da estação, por um grupo de cerca de 50 pessoas. Veículos de emissoras de televisão, incluindo um da TV Verdes Mares, foram pichados.

Adriano Queiroz / Alan Barros