Câmara de Quixeramobim muda para salão paroquial
Mudança ocorreu em razão da ampliação do número de vereadores de dez para 15, a partir deste ano
Quixeramobim Após o término do recesso parlamentar deste meio de ano as sessões da Câmara de Vereadores de Quixeramobim serão realizadas no Salão Paroquial da freguesia de Santo Antônio. A decisão foi divulgada pelo presidente da Câmara, Everardo Júnior, após uma onda de discussões sobre o local onde os vereadores passariam a se reunir. A necessidade da mudança ocorreu em razão da ampliação do número de representantes do poder legislativo de Quixeramobim, de dez para 15, a partir deste ano, e da falta de espaço e acessibilidade para cadeirantes e portadores de necessidades especiais.
As instalações da histórica Casa de Câmara e Cadeia da cidade de Quixeramobim, tombada como Patrimônio Cultural Brasileiro desde a década de 1970, não comportam mais a quantidade de vereadores do município
Na última quinta-feira, 11, foi firmado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a Câmara Municipal e o Ministério Público. O promotor de Justiça Igor Pereira Pinheiro exigiu solução para realização das sessões e condições para os encontros dos vereadores.
Tamanho
Conforme levantamento feito pela assessoria da presidência da Câmara o plenário atual possui apenas 44,2 m² de área. São 10 metros de extensão por 4,20m de largura.
Além da falta de espaço, a Câmara de Casa e Cadeia, aberta para as sessões há mais de 150 anos, é tombada como patrimônio histórico nacional. Reformas de ampliação não podem ser realizadas no local. A necessidade da mudança acabou causando polêmica e levantando especulações. Logo, cogitou-se a possibilidade das sessões serem realizadas no Memorial Antônio Conselheiro. O embate surgiu nas redes sociais.
Opinião contrária
A ex-secretária de Cultura e Turismo de Quixeramobim, Terezinha Oliveira, estava preocupada com a possibilidade dos parlamentares municipais se abrigarem, mesmo provisoriamente, no espaço do Memorial.
Ela temia a apropriação definitiva das dependências com complexo arquitetônico destinado a eventos culturais e a preservação da memória histórica.
Quem também é contra a adaptação do Memorial para recepção dos vereadores é outro ex-secretário de Cultura do Município, Ricardo Porto. Acreditando na intenção dos vereadores em transformar o Memorial na Câmara Municipal, criticou.
Para ele, a presidência deveria alugar um prédio enquanto a sede própria não é construída. Ele é contra a apropriação de prédios da administração municipal, principalmente destinados à cultura, para outros fins.
O presidente do Instituto do Patrimônio Histórico Cultural e Natural de Quixeramobim (Iphanaq), Ailton Brasil, estava vendo com bons olhos a possibilidade das sessões serem realizadas no teatro do Memorial.
Para se reunirem e promoverem os debates, além da adaptação para os encontros haveria necessidade de restauração do teatro, em situação de abandono, como o restante do complexo arquitetônico. Também seria uma oportunidade para a população se aproximar mais do principal espaço cultural da cidade.
Segundo o presidente da Câmara, Everardo Júnior, o Memorial chegou a ser cogitado para a realização das sessões, mas a decisão só seria tomada após aprovação de todos. Todavia, com a disponibilização do salão da Paróquia de Santo Antônio, o problema foi resolvido.
A Câmara está providenciando as adaptações necessárias para receber os vereadores e a população. As sessões continuarão sendo realizadas às quartas-feiras, no período matutino.
Mais informações
Câmara de Vereadores de Quixeramobim
Casa de Câmara e Cadeia
Rua Cônego Pinto S/N, Centro
(88) 3441.0043
FIQUE POR DENTRO
Casa histórica e tombada pelo patrimônio
Casa de Câmara e Cadeia de Quixeramobim foi tombada em 9 de fevereiro de 1972 como patrimônio histórico nacional. No andar térreo, funcionou a antiga cadeia pública, e sob um alpendre, um sino de bronze funcionou até o final dos anos de 1950. O prédio histórico, erguido ao lado da Igreja Matriz de Santo Antônio teve seus trabalhos de construção iniciados em 1818, mas só foram concluídos 38 anos depois. Segundo historiadores, essas Casas eram edifícios no período do Brasil colônia e parte do período Imperial onde ficavam instalados os órgãos da administração pública municipal. Abrigavam em geral a Câmara dos Vereadores e os órgãos a ela ligados.
ALEX PIMENTEL
COLABORADOR
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