Mulher passou por cirurgia de cerca de duas horas para retirada do artefato.
O caso de Elisângela Borborema Rosa, de 28 anos, atingida por um arpão disparado por seu marido na terça-feira (7), em Arraial do Cabo, Região dos Lagos do Rio, ganhou repercussão nacional e deixou muita gente curiosa em relação ao procedimento cirúrgico adotado.
Em depoimento à polícia de Arraial do Cabo, o marido de Elisângela, que não quis falar com a imprensa, informou que limpava a arma, usada para pesca submarina, quando o arpão foi lançado, atingindo sua esposa no rosto.
Nesta quarta-feira (8), em entrevista ao RJ InterTV 1ª Edição, o médico cirurgião vascular e plástico Marcelo Amaral, que realizou a cirurgia em Elisângela Rosa , informou que o procedimento delicado levou cerca de duas horas e contou com o apoio de uma equipe médica multidisciplinar. "Foi um trauma muito atípico, e houve a necessidade de muito planejamento para a retirada do instrumento\', disse Marcelo Amaral. Segundo o cirurgião, a lança transpassou a faringe, quebrou dois dentes molares e se fixou na primeira vértebra cervical. "Por milímetros ela poderia ter tido uma lesão neurológica que poderia levar ao óbito imediato", informou o médico.
Elisângela está internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI), do Hospital Regional de Araruamax, também na Região dos Lagos, desde segunda-feira (6). De acordo com o boletim médico, ela já respira sem a ajuda de aparelhos, responde a estímulos e movimenta as partes superiores e inferiores do corpo.
“Ela está lúcida, orientada, só não fala porque a lesão foi na boca, mas escreve os pedidos que deseja, como contato com a família”, afirma o diretor geral do hospital, Carlos Alberto Figueiredo.
“Podemos dizer que ela nasceu de novo. Ela teve muita sorte. Existem artérias calibrosas que passam nessa área. Se elas fossem atingidas, eu tenho dúvidas se ela poderia chegar viva ao hospital”, declara o cirurgião dentista Manoel Afonso Cardoso, um dos profissionais que participaram do procedimento.
Segundo os médicos, a moradora de Arraial do Cabo apresenta boa evolução e até o fim desta semana poderá ser transferida do CTI para uma unidade intermediária.
Nesta quarta-feira (8), Elisângela começa a se alimentar por via oral e vai passar a usar um colar cervical para estabilização da coluna. A atenção dos médicos no momento está voltada para a recuperação de uma fratura lateral na primeira vértebra atingida pelo arpão.
Do G1 Região dos Lagos