Letta anunciou o diretor do Banco da Itália como ministro da Economia.
O primeiro-ministro italiano designado, o moderado de esquerda Enrico Letta, anunciou neste sábado (27) que conseguiu o apoio de outros partidos para formar um governo de coalizão que inclua um dos principais aliados do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi como primeiro-ministro adjunto.
Com a lista de membros do gabinete, o premiê de 46 anos colocou fim a mais de dois meses de impasse político desde a eleição nacional inconclusiva de fevereiro.
Como vice-primeiro-ministro e ministro do Interior, Letta designou o chefe do Partido Povo da Liberdade (direita), de Berlusconi, Angelino Alfano. Letta, sobrinho de um dos assessores mais próximos de Berlusconi, igualmente anunciou a nomeação da ex-comissária europeia Emma Bonino como ministra das Relações Exteriores e do diretor do Banco da Itália, Fabrizio Saccomanni como ministro da Economia.
O governo, que Letta disse que terá um número recorde de mulheres, será empossado na manhã deste domingo (28) e está prevista a ida de Letta ao Parlamento para buscar um voto de confiança na segunda-feira.
Letta se reuniu com o presidente italiano Giorgio Napolitano, depois de conversas com Berlusconi e líderes de seu partido de centro-direita da Liberdade (PDL), para confirmar que ele havia chegado a um acordo que abriria caminho para a formação de seu governo.
"Este era o único governo possível e sua formação não podia esperar", comentou Napolitano, que parabenizou o fato de que esta coalizão de direita e esquerda permitirá que o novo governo obtenha a confiança das duas Câmaras, como prevê a Constituição.
A Itália, terceira maior economia da zona do euro, está sem um governo efetivo há meses, com o longo impasse pós-eleitoral segurando qualquer esforço para acabar com a recessão prestes a se tornar a mais longa desde a Segunda Guerra Mundial.
Da France Presse
Enrico Letta, primeiro-ministro italiano, aperta a mão do presidente Giorgio Napolitano no Palácio Quirinale, em Roma, neste sábado (27) (Foto: Alessandro Bianchi/Reuters)