Goianyr Barbosa de Carvalho, ex-prefeito de Almas, guardava R$ 22,5 mil em casa e tentou se livrar do dinheiro arremessando pela varanda. Seu filho, Thiago, também foi capturado
Escrito por Redação 18 de Março de 2025
Legenda: O caso é investigado pela Polícia Federal
Foto: Divulgação/Polícia Federal
Goianyr Barbosa de Carvalho, ex-prefeito de Almas, em Tocantins, foi preso nesta terça-feira (18), suspeito de lavagem de dinheiro, após a Polícia Federal flagrar uma mochila com R$ 22,5 mil em sua casa. A defesa nega que ele tenha cometido crime.
Segundo o g1, o político, que também é jornalista, chegou a jogar o dinheiro pela varanda ao notar a movimentação atípica em sua residência. O advogado dele alega, contudo, que a atitude foi tomada porque o cliente imaginou que seria vítima de um assalto.
"Goianyr escutou o arrombamento da porta, imediatamente acordou e chamou o Thiago [Marcos Barbosa, seu filho]. Achou que seria um assalto. Achando ser um assalto, o dinheiro estava guardado em uma mochila, e o Goianyr arremessou esse dinheiro pela varanda, na tentativa de que, caso fosse realmente um assalto, ele poder salvaguardar aquele dinheiro", disse o advogado Zenil Drumond, em entrevista à TV Anhanguera.
A defesa argumentou ainda que a lei brasileira não prevê um limite do valor que a pessoa pode guardar em casa e que a normativa da Receita Federal prevê que quantias acima de R$ 30 mil sejam declaradas, mas apenas no exercício do ano posterior.
Prisão de ex-prefeito
Goianyr foi preso na operação que investiga o vazamento de decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na mesma investigação, também foi preso o advogado Thiago Marcos Barbosa, filho do ex-prefeito, e foi alvo de mandado de buscas o procurador de Justiça Ricardo Vicente da Silva, do Ministério Público do Tocantins (MPTO).
Thiago trabalhava como assessor jurídico no gabinete de Ricardo. Ele e seu pai, Goianyr, são, respectivamente, sobrinho e cunhado do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), que não é alvo da investigação e que disse que os familiares não possuem qualquer vínculo com o Gover-no do Tocantins.
Em nota enviada ao g1, o MPTO, por sua vez, afirmou que tomou as medidas necessárias para atender à determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) e informou que o procurador citado no inquérito foi exonerado do cargo.
Operação
A Polícia Federal cumpriu quatro mandados de busca e uma ordem de prisão preventiva na manhã desta terça-feira. O órgão investiga uma rede clandestina de monitoramento, comércio e repasse de informações sigilosas sobre o andamento de investigações, o que estava prejudicando o an-damento de diversas operações policiais.
O trabalho foi um desdobramento da Operação Sisamnes, que apura crimes de obstrução de justiça, violação do sigilo funcional e corrupção ativa e passiva, com possível participação de advogados, lobistas, empresários, magistrados e outros.
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