Brasileira dona de empresa de limpeza de casas nos EUA detalha itens que encontra no dia a dia — Foto: Reprodução/TikTok
Por João Maturana, em colaboração para Marie Claire — Rio de Janeiro (RJ) 19/01/2025
Morando com seu marido nos Estados Unidos há quase seis anos, Franciele Almeida detalha pertences que encontrou e episódios que passou ao limpar casas do Airbnb em Orlando, Florida, em entrevista a Marie Claire
Franciele Almeida mora nos Estados Unidos há quase seis anos. Ela e seu marido, André, decidiram se mudar para o país em busca de melhores condições de vida. Depois de passar uma temporada na Inglaterra limpando casas, a empresária e faxineira seguiu os passos do seu irmão e decidiu realizar seu ofício em terras norte-americanas. Mal sabia ela o que encontraria com o serviço.
"Sempre gostei de casa limpa. Por influência da minha avó e da minha mãe, fui orientada a deixar tudo um 'brinco'", conta ela, em entrevista a Marie Claire. "A princípio, meu marido ia ajudar só no começo e depois seguiria trabalhando em outra coisa, mas deu tão certo que continuamos."
No início das suas vidas nos EUA, Franciele e André trabalhavam pegando casas repassadas por outras empresas de limpeza. Eventualmente, ela conheceu o Airbnb, site de aluguel de casas e apartamentos de curta duração. Então, após um ano trabalhando nesse formato e sendo recomendados por muitas pessoas, eles decidiram fazer um investimento em si mesmos, pensando em ter os seus próprios clientes, garantindo um número maior de casas que poderiam atender e conseguindo uma renda maior.
"Atualmente, atendemos 17 casas. Para nós, onde nossa empresa está agora é o nível perfeito. Claro, se surgir a oportunidade de crescer, iríamos adorar. Mas está tudo certo", celebra.
Brasileira nos EUA detalha pertences encontrados ao limpar casas do Airbnb
Itens de luxo são encontrados nas faxinas quase diariamente
As propriedades estão todas situadas na região de Orlando, Florida, e costumam receber, em sua maioria, famílias, que acabam deixando muitas coisas para trás. Almeida conta que já encontrou fones de ouvido lacrados, dois pares de tênis da Nike, um chinelo da Chanel avaliado em US$ 800 (algo em torno de R$ 4.840,20, na cotação atual do dólar), e um vestido de uma outra marca avaliado em US$ 700 (R$4.235,18), além de muita comida e bebida.
Como muitos visitantes não têm pretensão de voltar para recuperar seus pertences e, por vezes, o frete do envio não compensa, eles recomendam o descarte ou autorizam um novo destino para eles. "No começo, acaba ficando [pra gente]. Mas percebi como os americanos se tornam acumu-ladores. Tem muita facilidade em encontrar e ter tudo. Então, dependendo do que eu encontro, se não tem serventia para mim, dou para outras pessoas. Anuncio em grupos e até no meu perfil do Instagram", diz.
Ao relembrar o que costuma encontrar ao fazer a limpeza das casas, ela cita: "Comida e bebida são os mais comuns. Praticamente todas as casas que a gente chega para limpar têm". E revela: "O mais interessante que eu encontrei foi uma arma, debaixo de um travesseiro. Avisei aos hóspedes que haviam esquecido e foram buscar na maior naturalidade".
Limpando uma cena de crime
Outro episódio interessante que Almeida recorda aconteceu há alguns anos, quando limpava uma casa de oito quartos. "Chegamos e levamos um susto, porque tinha marcas de tiro na parede. Roubaram televisões, videogames... eram gangsters dos EUA que alugaram para o fim de semana e acabaram com ela. Tiraram o fio da TV da parede e a quebraram. Tinha munição espalhada por toda a casa. Chegamos lá e tivemos que acionar a polícia, por conta do roubo e tudo mais…"
Ela ainda comenta sobre uma casa que encontrou "destruída" por conta de uma comemoração que jovens fizeram na propriedade. "Fizeram uma festa americana de escola, como nos filmes, tipo um American Pie", brinca. "Tinha vários copos vermelhos, bem tradicional. Não tinha tanta destruição [como no outro caso], mas tinha muita droga, sangue e camisinha usada por toda a casa. Levamos dois dias para limpar."
Para garantir a segurança no trabalho, ela e seu marido chegam sempre com luvas e nunca tocam em roupas de cama e toalhas sem estarem protegidos. "Já lavo no cloro para matar tudo que tem ali. Dependendo da casa, usamos máscaras", conta.
Documentando sua rotina como "cleaner" nos EUA no seu perfil do TikTok e do Instagram, Franciele passou a fazer sucesso nas redes sociais por conta dos pertences inusitados que encontra ao fazer as limpezas e da sua vida em Orlando.
Com mais de 100 mil seguidores na sua conta do aplicativo chinês, seu vídeo de maior sucesso ultrapassou 1,5 milhão de visualizações, sempre com esse tipo de conteúdo, no qual mostra os seus achados incomuns.
https://revistamarieclaire.globo.com/retratos/noticia/2025/01/voce-nao-vai-acreditar-no-que-essa-brasileira-encontra-nas-casas-que-limpa-nos-eua.ghtml