De novo a França
A atual campeã do mundo chegou de novo. Com vitória por 2 a 1 sobre a Inglaterra, neste sábado, em um jogaço no estádio Al Bayt, a França se garantiu mais uma vez na semifinal da Copa – pegará Marrocos. Os gols foram marcados por Tchouaméni e Giroud, em duas assistências de Griezmann. Harry Kane marcou de pênalti para os ingleses – e perdeu um outro, que poderia ter mandado a partida para a prorrogação.
E agora?
A França volta a campo na próxima quarta-feira, às 16h (de Brasília), para o jogo contra Marrocos pelas semifinais. O vencedor enfrentará Argentina ou Croácia, que se enfrentam na terça, na grande decisão, domingo. O perdedor disputará o terceiro lugar no sábado.
Tchouameni comemora gol da França contra a Inglaterra (Foto: REUTERS/Dylan Martinez)
Kane x Lloris: defesas, gol e um pênalti nas alturas
Eles são velhos conhecidos – jogam juntos no Tottenham, da Inglaterra. E tiveram um duelo particular neste sábado. O atacante inglês Harry Kane parou no goleiro francês Hugo Lloris duas vezes na etapa inicial: primeiro ao girar sobre a marcação de Upamecano e sair de frente para o gol, depois ao arriscar de fora da área. Mas veio o segundo tempo, e um pênalti deu a chance para Kane finalmente bater o colega. O chute forte, seco, no canto, empatou a partida e tornou o atacante o maior artilheiro da história da seleção inglesa, empatado com Wayne Rooney. Mas haveria mais. Haveria mais um pênalti. E Kane, desta vez, não marcou. Isolou por cima, muito longe do gol defendido pelo amigo Hugo Llloris.
Griezmann, um garçom histórico
Em um jogo no qual Kylian Mbappé não chamou tanto a atenção, a França foi carregada pelo talento de outro craque. Griezmann comandou a vitória com duas assistências, uma para cada gol. De quebra, virou o maior garçom da história da seleção francesa, com 28 passes para gol, superando Thierry Henry.
Pênaltis e mais pênaltis
Aos 24 minutos do primeiro tempo, Harry Kane foi derrubado por Upamecano no limite da entrada na área. O árbitro brasileiro Wilton Pereira Sampaio não apontou infração. O lance foi revisado pelo VAR – e o jogo seguiu. Na opinião de Salvio Spinola, comentarista da Central do Apito, houve pênalti na jogada. Depois, Wilton apitaria mais dois pênaltis, ambos a favor da Inglaterra, e ambos marcados corretamente, na visão de Salvio.
Em meio a tantos astros, Tchouaméni, 22 anos, meia do Real Madrid, se tornou personagem central da partida. Para o bem e para o mal. No primeiro tempo, fez o gol que colocou a França na frente. No segundo, cometeu o pênalti em Saka que resultou no gol de empate da Inglaterra, em cobrança de Harry Kane. Mas saiu do jogo tendo muito mais a comemorar. Está na semifinal com a França.
Primeiro tempo
A Inglaterra começou com a bola. Nos primeiros minutos, teve mais a posse, ocupou melhor o campo de ataque – mas sem ameaçar. A França apostou em jogadas de velocidade como cartada inicial, com Griezmann e Embele pela direita e Mbappé pela esquerda. Aos dez minutos, surgiu a primeira chance. Griezmann abriu para Dembélé, que cruzou na área para cabeceio de Giroud. Pickford defendeu. Mas não defenderia aos 16, quando Mbappé clareou a jogada após arrancada de Upamecano e abriu para Dembélé, que serviu Griezmann. O camisa 7 então rolou para Tchouaméni, que mandou chute forte, de fora da área, no canto direito do goleiro: 1 a 0. A Inglaterra, como se avisasse que melhoraria em campo, ameaçou logo depois, em cobrança de falta de Shaw – bem defendida por Lloris. No lance seguinte, Harry Kane fez um giro perfeito sobre a marcação de Upamecano e saiu na cara do goleiro francês, que evitou o empate com grande defesa. E o mesmo aconteceria poucos minutos depois, aos 28, quando o atacante inglês mandou bonito chute de fora da área – e Lloris espalmou. A França voltou a dar sinal de vida aos 38, na primeira chance de Mbappé na partida. Em cobrança de falta, a bola chegou a Theo Hernández, que acionou o camisa 10. O chute do craque francês, porém, saiu por cima.
Mbappé tenta a jogada contra a marcação inglesa (Foto: Reuters)
Segundo tempo
A etapa final começou com a Inglaterra a todo vapor. Bellingham, com um minuto, forçou Lloris a espalmar para escanteio, em mais uma ótima defesa. A pressão se manteve, e a França não segurou a onda. Aos seis, Saka fez ótima jogada individual e acabou derrubado na área por Tchouaméni. Pênalti claro. Harry Kane bateu com perfeição, forte, no canto, e empatou: 1 a 1. A mudança no placar melhorou a partida. As duas seleções passaram a se atacar mutuamente. Mbappé fez boa jogada, Giroud furou e Dembélé não conseguiu finalizar; Saka encaixou outro lance individual e bateu fraco, no meio do gol; Rabiot chutou com perigo e obrigou Pickford a fazer boa defesa; Maguire, de cabeça, mandou rente à trave. E aí surgiu Giroud. Aos 31, o centroavante recebeu de Dembélé e parou em defesaça de Pickford. Mas não teve jeito um minuto depois. Em lindo cruzamento de Griezmann, completou de cabeça e viu a bola desviar em Maguire antes de entrar: 2 a 1. Só que a Inglaterra não estava morta. Aos 36, após consulta ao VAR, Wilton Pereira Sampaio marcou pênalti de Theo Hernández em Mount. Harry Kane foi novamente para a cobrança. Mas desta vez errou. Mandou muito alto, por cima do gol. Restou à Inglaterra fazer uma pressão final, de qualquer jeito, em busca da prorrogação. Mas sem sucesso. Cobrança de falta de Rashford, rente ao travessão, foi o suspiro final: a vaga era da França, era da atual campeã.
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